As chuvas que atingem boa parte do Paraná desde a última sexta-feira (10) causaram prejuízos para mais de 11 mil moradores de 31 municípios do estado, de acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil Estadual. O documento compila as ocorrências registradas entre a última sexta-feira (10) e a tarde dessa segunda-feira (13).
Chuvas triplicam vazão das Cataratas
O excesso de chuvas fez a vazão das Cataratas do Iguaçu, no Oeste do Paraná, triplicar desde sexta0feira (10). De acordo com a Itaipu Binacional, a vazão das cataratas chegou a 4,1 mil metros cúbicos de água por segundo – volume 3,5 vezes maior do que o normal, que é de 1,2 mil metros cúbicos por segundo.
A hidrelétrica abriu o vertedouro preventivamente no fim de semana. A medida foi adotada para controlar o reservatório e minimizar riscos de enchentes em regiões próximas aos rios Iguaçu e Paraná, que estão cheios.
Segundo a Divisão de Hidrologia da companhia, desde que a Itaipu passou a realizar medições no reservatório, há 18 anos, o mês de julho mais chuvoso registrado em Foz do Iguaçu aconteceu em 2004, quando choveu 170 milímetros. Porém, só nos últimos quatro dias já choveu 120 milímetros – se a previsão de mais água se confirmar, é provável que julho de 2015 bata o recorde de dez anos atrás.
Até o momento, 143 pessoas tiveram que deixar suas casas durante os temporais, mas apenas sete ainda não puderam retornar. Duas pessoas ficaram feridas no município de Rondon. Mais de 1,6 mil casas foram danificadas e pelo menos uma foi destruída pela água em Floresta.
A cidade paranaense mais atingida pelas chuvas foi Umuarama, ao Norte do Paraná, onde 2.065 pessoas foram afetadas (incluindo aqui interrupções no abastecimento de energia elétrica, água e comunicações) pelas tempestades e pelo granizo que atingiram a cidade. Em seguida vem Londrina, com 2 mil pessoas afetadas pelos temporais e ventos fortes. Em Congonhinhas, no Norte pioneiro, 1,6 moradores sofreram prejuízos por causa do granizo. A quarta cidade mais afetada é Nova Londrina, onde 1.513 pessoas tiveram suas casas danificadas também pelo granizo. O quinto município mais prejudicado é Santo Antônio do Sudoeste; por lá, pelo menos 800 moradores tiveram danos causados pela chuva de granizo.
Julho chuvoso
A chuva que caiu sobre o Paraná nessas duas primeiras semanas de julho já superou a média histórica do mês inteiro em diversos municípios, segundo dados do Instituto Tecnológico Simepar:
Assis Chateaubriand
Média histórica de julho: 85 milímetros
Acumulado julho/2015: 352.88 milímetros
Guaíra
Média histórica de julho: 70 milímetros
Acumulado julho/2015: 303.8 milímetros
Cascavel
Média histórica de julho: 100 milímetros
Acumulado julho/2015: 288.4 milímetros
Toledo
Média histórica de julho: 100 milímetros
Acumulado julho/2015: 280.4 milímetros
Cianorte
Média histórica de julho: 70 milímetros
Acumulado julho/2015: 366 milímetros
A chuva também causou estragos na Região Metropolitana de Curitiba. O granizo que atingiu a região na madrugada dessa segunda-feira (13) deixou pelo menos 104 casas avariadas em São José dos Pinhais, afetando mais de 400 pessoas. A cidade já havia sofrido com deslizamentos no sábado (11).
Nessa terça-feira (14), a frente fria que paira sobre o Sul do país se aproxima do Paraná, mas o clima continua instável, com previsão de temporais em todas as regiões. Nas porções Oeste, Sudoeste, Centro e Sul as chuvas devem ser mais intensas. O volume esperado somado ao volume já registrado desde sexta-feira (10) configuram condições favoráveis às cheias dos rios e à ocorrência de inundações.
O tempo deve permanecer chuvoso, com ocorrência de temporais principalmente ao Oeste e ao Sul, pelo restante da semana. De acordo com o Instituto Tecnológico Simepar, pode chover mais do que 200 milímetros até a próxima sexta-feira (17) em vários municípios.
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