Entre janeiro e setembro deste ano, o Paraná já enfrentou 338 ocorrências climáticas que afetaram praticamente a metade dos municípios do estado. Até agora, 178 das 399 cidades (44,6%) registraram prejuízos por causa de chuvas e tempestades – algumas acompanhadas de fortes ventos e queda de granizo -,em uma conta de estragos que já chega R$ 185,8 milhões.
Os números foram anunciados nesta segunda-feira (28) pela Defesa Civil, que emitiu um alerta aos municípios paranaenses para que deixem as estruturas locais prontas para agir em caso de emergência. O pedido vem alguns dias depois de o Simepar advertir sobre a grande possibilidade de chuva acima da média nesta primavera. A expectativa é de que os cálculos pluviométricos normais da estação sejam superados em até 100 milímetros (mm), afetados pelo desenvolvimento do fenômeno El Niño.
E o que era previsão, já começou a se confirmar. As chuvas que chegaram ao Paraná na última quinta-feira (24) causaram estragos em vinte municípios do estado, afetando 2.207 pessoas. Mais de quarenta foram desalojadas.
Na noite deste domingo, temporais com ventos superiores a 70 km/h provocaram diversos estragos. O município mais atingido foi Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, que registrou rajadas de vento de, pelo menos, 71 km/h. No entanto, a velocidade deve ter sido superior. “A nossa estação fica ao norte da cidade e a ocorrência dos ventos foi ao sul. Os ventos não ocorrem de forma igual. Por isso, há a possibilidade de a velocidade ter sido maior”, explica a meteorologista Sheila Paz, do Simepar.
Nos últimos três anos, os desastres climáticos que ocorreram no Paraná já causaram prejuízos que ultrapassam R$1,8 bilhão e prejudicaram 3,5 milhões de pessoas, em 95% dos municípios do estado.
O mais grave deles foi em 2014, quando caiu muita água em três períodos distintos do mês de junho. Na que foi uma das cheias mais prejudicais da história do estado, onze pessoas morreram e quase 830 mil foram afetadas em mais de 150 cidades do estado. Os estragos foram calculados em R$ 1 bilhão. Mais de um ano depois, União da Vitória, a cidade mais prejudicada, ainda não havia se recuperado.