Campos dos Goytacazes e São Paulo - A prefeitura de Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, informou ontem que 13 mil pessoas já deixaram suas casas após a enchente que elevou seis metros acima do normal o nível de água do Rio Ururaí. Já o último balanço divulgado pela Defesa Civil estadual apontou que mais de 7,3 mil pessoas estão em casas de parentes ou de amigos e outras 2.713 ficaram desabrigadas e foram acolhidas em escolas municipais transformadas em abrigos. Ontem, pela primeira vez após três dias sem chuva, o nível da água do Ururaí começou a baixar, segundo Henrique Oliveira, secretário de Defesa Civil do município. Mas a previsão de novas chuvas para hoje deixou a população apreensiva.
Dezenas de famílias continuavam ontem a deixar suas casas às margens do rio. Apesar do alerta das equipes de controles de zoonoses sobre o risco de leptospirose (doença transmitida pela água contaminada com urina do rato), algumas famílias resistiam em abandonar as casas. O outro temor de moradores são os saques. No início da tarde de ontem, os caminhões disponibilizados pela prefeitura de Campos já não davam conta dos moradores que queriam salvar os pertences e abandonar as casas.
A água invadiu e abriu uma cratera na Rodovia do Ceramista, que liga Ururaí a Campos. Apenas os caminhões de grande porte estão sendo autorizados a passar. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, o congestionamento chega a 4 km. A ponte sobre o Rio Ururaí permanece interditada a veículos pesados e corre risco de desabamento. Por conta das interdições parciais, o trânsito na entrada de Campos ficou lento, com filas de até 5 km.
A Secretaria Estadual do Ambiente anunciou que estão previstas intervenções de desassoreamento do rio Ururaí, obras para baixar o nível da água da bacia da lagoa Feia, reposição dos diques e abertura do canal das Flechas.
Trânsito
As chuvas também causaram transtornos em São Paulo. Às 16 horas, o céu ficou escuro, como se fosse noite. Além do excesso de veículos e de um acidente na Zona Sul, perto do meio-dia, prejudicaram o tráfego na capital paulista os cinco pontos de alagamento e vários cruzamentos cujos semáforos ficaram apagados. O congestionamento atingiu o pico de 212 km às 18h30. A Defesa Civil decretou estado de atenção para enchentes. O Aeroporto de Congonhas, na zona sul, ficou fechado para pousos e decolagens das 16h10 às 16h22. O Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana, operou por instrumentos das 16h40 às 17 horas.