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Dos 89 municípios de Santa Catarina que foram atingidos pelas fortes chuvas dos últimos dias 82 estão em situação de emergência. Além de seis mortes, o excesso de chuvas no estado deixou 20.970 pessoas desabrigadas ou desalojadas, conforme "Relatório de evento adverso" fechado no começo da noite de hoje pela Defesa Civil estadual.

De acordo com a Defesa Civil, as enxurradas afetaram diretamente 6.976 residências e 860.828 pessoas em todo o estado. Joinville, a maior cidade catarinense, tem 6337 desalojados e desabrigados, o maior número de atingidos pelas chuvas no estado. Em Criciúma, no sul, são 2.600 desalojados e desabrigados.

Ontem os catarinenses, principalmente da região do Vale do Itajaí, onde está localizada Blumenau, ficaram mais tranquilos com a queda do nível da barragem Oeste, em Taió. De segunda a quarta-feira desta semana a barragem acumulou mais de 20 metros de água. A altura da represa é de 21 metros. A represa, que segura as águas que descem em direção ao Vale do Itajaí, teve as sete comportas abertas, o que ajudou a esvaziar o reservatório, assim como a redução do volume de água pluvial recebido também foi decisivo.

Hoje o Conselho de Defesa Civil de Blumenau, a terceira maior cidade de Santa Catarina, decretou situação de emergência em áreas localizadas do município, onde 12 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas do fim de semana. De acordo com a prefeitura, 328 pessoas estão desalojadas ou desabrigadas, foram registrados 72 deslizamentos de terra e 45 pontos de alagamento. Segundo a prefeitura, serão necessários R$ 3,4 milhões para as obras de recuperação.

O prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinübing (DEM), esteve ontem em Teresópolis e Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, cidades castigadas pelas chuvas de janeiro, para repassar a experiência da cidade catarinense. Em novembro de 2008 Blumenau e outros municípios do Vale do Itajaí viveram tragédia semelhante a das cidades fluminenses.

Kleinübing mostrou em Teresópolis e Nova Friburgo como funciona o Plano de Enchente de Blumenau e falou sobre o estudo que está sendo elaborado sobre as encostas. Como a cidade catarinense já sofreu muito com enchentes, o Plano foi fundamental em 2008 porque a comunidade já estava preparada, sabia a "cota de enchente" de cada rua e também onde ficavam os abrigos. Outra experiência blumenauense foram as ações pós-tragédia: o planejamento de curto prazo, como decretos e leis e a compra de terrenos, e de longo prazo, como o Plano Blumenau 2050, que prevê o desenvolvimejnto da região norte da cidade, menos suscetível a alagamentos e deslizamentos.

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