A sensação de paz e segurança se faz presente entre os moradores da Cidade Industrial de Curitiba uma semana depois da chegada do policiamento para a implantação das quatro Unidades Paraná Seguro (UPS). A presença das forças de segurança do estado e do município nas vilas Verde, Sabará, Caiuá e Nossa Senhora da Luz levou esperança aos moradores, mas muitos ainda temem que o efetivo abandone as comunidades com o passar do tempo.
Após a ocupação das quatro comunidades da CIC, na manhã do dia 16, que contou com a participação de 1,3 mil policiais militares, civis e guardas municipais, o efetivo de segurança na região, segundo a PM, permanece em cerca de 500 homens, que trabalham em turnos, de acordo com a demanda das vilas. No dia 18, quando a Vila Sabará recebeu, em definitivo, a primeira UPS da CIC, 30 policiais militares, com curso em policiamento comunitário, foram deslocados para a região. Na manhã de hoje, a PM fará a instalação oficial das UPS nas Vilas Nossa Senhora da Luz e Caiuá. No próximo dia 31, será a vez da Vila Verde.
Melhoria
A presença policial fez os moradores terem mais confiança em relação ao futuro do bairro. O presidente da Associação de Moradores da Vila Nossa Senhora da Luz Israel Araújo Muniz, que mora no local há 20 anos, acredita que o nível de criminalidade vai diminuir. "Espero que a polícia continue com um trabalho mais comunitário e que ela esteja perto das escolas, em locais movimentados e nas praças com academias ao ar livre."
O líder comunitário comenta que, durante os 20 anos em que mora na vila, presenciou dois homicídios em um mesmo dia. Ele acredita que a presença policial iniba a criminalidade.
Para Lucinéia Santiago, proprietária de um salão de beleza na Vila Caiuá, chegar em casa à noite era uma tarefa complicada sem a presença policial. "Eu tinha que dar a volta na quadra para conferir se tinha ou não algum bandido para, depois, entrar em casa."
Desconfiança
A presença de policiais e guardas civis é elogiada pela população, mas muitos temem que o efetivo deixe as vilas após as eleições. A comerciante Ana Maria Machado trabalha na Vila Sabará e desconfia que o policiamento saia da região com o tempo. "Por ser um ano de eleições a gente desconfia."
O aposentado Raimundo de Oliveira, morador da Vila Nossa Senhora da Luz, já sentiu a queda no número de policiais. "Nos primeiros dias ,a gente via muito policial, o que deu um susto nos bandidos. Mas eles [os policiais] foram embora e a gente vê poucos agora", diz.
