O artista plástico Alessandro Rüppel Silveira, conhecido pelo apelido de Magoo, 44 anos, morreu após ser atropelado por um caminhão na Rua Brasilino Moura, no Ahú, por volta das 21h deste sábado (18) . Ele descia a via pedalando a bicicleta e foi atingido pelo veículo perto de uma lombada eletrônica com limite de velocidade de 40 km/h.
O corpo será velado a partir das 22 horas deste domingo (19) no na Capela 2 do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, e será levado às 8h30 desta segunda-feira (20) o Cemitério Parque Iguaçu, onde será sepultado às 9 horas.
De acordo com testemunhas, o condutor do caminhão percebeu o acidente, mas fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Uma ambulância do Siate foi chamada, mas Alessandro não resistiu aos ferimentos e morreu no local, a poucos metros da bicicleta retorcida. A polícia busca pistas do motorista.
Alessandro Rüppel Silveira, natural de Curitiba, começou a carreira aos 16 anos. Foi nesta época que, já dedicado às artes plásticas, se aproximou da cena punk, conforme lembra Elgson Eligio Lourenço, seu amigo há quase 30 anos.
“Ele ficou órfão aos 16, e foi estudar no Colégio Estadual do Paraná. Tinha uma turma ali que vivia uma cena punk em Curitiba. Ele se juntou conosco, que éramos mais velhos, e continuou desde então”, conta Lourenço, lembrando que Alessandro ganhou o prêmio de artes plásticas “Primeira Visão”, em 1987, quando era aluno do colégio.
Na cena underground da capital , Alessandro ficou conhecido como “Magoo”. Seu trabalho ilustrou mais de cem discos de grupos de Curitiba, além de cartazes de shows, artes para camisetas e logos de bandas da cena punk e psychobilly.
“Ele fez parte dessas cenas desde o começo”, conta o músico Mutant Cox, amigo de Alessandro e integrante de grupos como o Sick Sick Sinners. “Magoo era amigo de todos os músicos, trabalhou com as bandas mais representativas. Era muito ativo na cena, um cara que estava sempre produzindo. Além de artista plástico, ele também fazia o Lino’s Zine, um fanzine ligado ao Lino’s Bar e à cultura underground de Curitiba. Era uma peça fundamental. Perdemos um monstro da cultura de Curitiba. Magoo era um dos maiores, um gênio, um cara único”, diz.
Rodrigo Barros, dos grupos Beijo AA Força e Maxixe Machine, lembra que Alessandro também era compositor. “Ele compôs um monte de músicas com a gente. E era um ótimo compositor”, diz o músico, que também trabalhou com Alessandro no programa de rádio Radiocaos e no projeto A Grande Garagem que Grava, para o qual o artista criou mais de 40 capas de discos de grupos curitibanos entre 2005 e 2011.
“Ele era um cara muito presente dentro do fazer artístico dentro da nossa turma. Não só resolvendo nossas pendengas gráficas, mas também gravando coros, fazendo letras”, conta. “A obra dele é muito grande. Ele tinha diminuído a produção como gráfico e passou a ser mais artista plástico nos últimos dois anos. E ontem (sábado, 18) ele foi entregar um livro de poesia, que nós ainda vamos lançar, para fazer a revisão na casa do Edilson Del Grossi”, conta Barros.
O poeta e compositor Antonio Thadeu Wojciechowski era um dos parceiros do Magoo e conta que a poesia do artista também se mostrou arrojada. “Ele era um cara ligado em tudo”, conta. “A gente tinha essa troca de informação o tempo todo. Era um cara muito criativo, inteligente, humano. E muito amigo da gente, sobretudo”, diz.
Alessandro não se casou nem teve filhos. Ele deixa uma irmã e um irmão.
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