Integrantes da organização não-governamental Rodas da Paz realizaram nesta quinta-feira (3) uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em protesto pela possível impunidade do motorista Ricardo Neis, que na noite de sexta-feira atropelou um grupo de ciclistas em Porto Alegre e de outros condutores que continuam livres, mesmo sendo responsáveis por mortes no trânsito. O senador Paulo Paim (PT-RS) e o deputado José Stédile (PSB-RS) acompanharam o protesto.
Ciclistas e parlamentares "sepultaram" o Código de Trânsito e o Código Penal no gramado em frente ao prédio do Congresso. O presidente da ONG, Ronaldo Silva, afirma que no Brasil raramente os "assassinos do trânsito" são penalizados. "Os advogados sabem quais são as artimanhas para chegar a esse ponto", alega. "E, acreditem, é possível que esse camarada, que num ato de barbárie e selvageria jogou seu carro contra ciclistas que faziam uma manifestação contra a violência no trânsito, seja totalmente isentado de culpa", prevê.
O mandato de prisão contra Neis, que está internado num hospital recebendo tratamento psiquiátrico, não foi cumprido. Essa situação é considerada por Ronaldo como um sinal de que outro crime de trânsito ficará impune.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), Paim se comprometeu a incluir no projeto do Estatuto do Motorista, do qual é relator, um capítulo específico com penalidade duras para motoristas infratores. Ele compara seu apoio à manifestação à resposta que a população espera ter ao pedido feito a deputados e senadores para que endureçam e fiscalizem a legislação, cujas brechas livram de punição aqueles que "mataram ou feriram pessoas no trânsito.
"O que ocorreu em Porto Alegre foi quase um filme de terror, um motorista atropelar 16 pessoas pelas costas", lembrou Paim. "E pelo que me contaram os integrantes da ONG, outras pessoas são assassinadas simplesmente porque estavam pedalando", disse.
Vice-presidente da ONG Rodas da Paz, Bethe Davison é mãe do ciclista Pedro, atropelado e morto em agosto de 2006 quando pedalava na Asa Sul, em Brasília. Ela conta que seu filho é o único caso no País em que o atropelador foi julgado por um júri e condenado a seis anos de prisão, em regime aberto. Bethe acha que a pena foi pequena e é por isso que, em vez de cruzar os braços, se diz disposta a lutar para punir outros responsáveis pela violência nas ruas.
"Essa história de mandarem o sujeito (Neis) para um hospital psiquiátrico é para ele ficar impune. Precisamos de leis que penalize esse tipo de crime, não dá mais para suportar", afirmou Bethe
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