Cerca de 30 ciclistas se reuniram no Centro de Curitiba nesta quinta-feira (5) para uma homenagem ao chef de cozinha Thiago Pie, 29 anos, que morreu após sofrer uma queda da bicicleta quando ia trabalhar. A concentração do grupo foi na Praça de Bolso do Ciclista, e os cicloativistas seguiram até o local em que houve o incidente onde afixaram uma ghost bike – quadro de bicicleta pintado de branco – no ponto do acidente, em uma árvore na esquina da Rua Comendador Araújo com a Rua Visconde do Rio Branco. Foi uma forma de homenagear a vítima e lembrar ciclistas e motoristas dos perigos do trânsito.
“É uma forma de deixar a mensagem gravada, para que ninguém se esqueça do acidente e para que o motorista preste mais atenção no ciclista”, explicou Josué Valério, 46 anos, funcionário público de Pinhais e ciclista.
Em cartazes feitos à mão, o grupo de cicloativistas cobra por mais infraestrutura e campanhas educativas do poder público, tanto em Curitiba quanto na Região Metropolitana – respeito, fiscalização e ciclovias formam o combo de reivindicações. “Muitos motoristas têm mais consciência hoje em dia, mas ainda há uma minoria que provoca acidentes como esse”, disse Valério, complementando que o trabalho de conscientização para o trânsito também é direcionado para os ciclistas aprenderem a pedalar sem imprudência.
Trajeto
O grupo de cicloativistas pedalou pela rua Presidente Faria até a Praça do Homem Nu; depois seguiu pela rua Barão do Cerro Azul; travessa Nestor de Castro; Alameda Doutor Muricy; Alameda Carlos de Carvalho; Avenida Vicente Machado; e pela Rua Visconde de Nacar, até chegarem na Comendador Araújo.
Durante a homenagem, na chegada ao ponto onde ocorreu o incidente, a bicicleta branca foi colocada na árvore, junto com flores e faixas. Os ciclistas ainda deitaram no chão, ocupando uma das pistas da Rua Comendador Araújo, durante um minuto.
Morte
Apesar da investigação ainda não estar concluída, a viúva de Thiago Pie, a recepcionista Danúbia Vieira Garcia, 35 anos, que compareceu à homenagem, acha difícil a hipótese de que ele tenha sofrido um mal súbito antes de morrer. “Ele não tinha histórico disso na família e estava tudo bem com ele. Uma hora antes de tudo acontecer eu falei com ele e estava tudo bem. Não sei o que pode ter acontecido”, comenta.
Ela conta que o marido chegou ainda com vida ao hospital na sexta-feira (30). Mas no sábado (31), teve duas paradas cardíacas antes de ser constatada a morte dele na tarde do dia 31.
Segundo Danúbia, um ano antes da morte o chef começou a andar de bicicleta de casa para o trabalho, desde que o carro do casal teve problemas após um acidente de trânsito. Ela está grávida de oito meses de um menino que deve nascer nas próximas três semanas. O ciclista ainda era pai de uma menina de cinco anos, fruto de outro casamento.