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Clima

Ciclone causa estragos e morte

Curitiba, União da Vitóra, Umuarama e Goioerê - Os temporais que atingiram o Paraná ao longo de toda a madrugada e dia de ontem causaram a morte de uma mulher e afetaram cerca de 53 mil pessoas em 15 municípios do estado, de acordo com balanço divulgado pela Defesa Civil na noite de ontem. A tempestade foi causada pela passagem de um ciclone extratropical. Pelo menos 149 pessoas tiveram de deixar suas residências.

Uma mulher de 49 anos morreu afogada ao tentar salvar o filho de 9 anos que havia caído em um rio, na região de Prudentópolis, no centro do Paraná. A criança foi resgatada com vida, mas a mulher foi le­­vada pela correnteza, que estava forte. O corpo de Eunice Ferreira dos Santos foi localizado no fim da tarde. De acordo com o cabo Luis Carlos Kosinsk, da Defesa Civil de Prudentópolis, a mãe e a criança estavam atravessando uma ponte, na localidade de Barra Mansa, distrito de Guamirança, quando a criança caiu no rio. A dona de casa pulou nas águas, mas foi arrastada pela correnteza. Um morador do local que viu o acidente também pulou nas águas e conseguiu resgatar a criança. "O córrego é pequeno, mas em razão da forte chuva ele estava três metros acima do normal", disse Kosinsk. A Defesa Civil e Corpo de Bombeiros trabalharam durante todo dia para resgatar o corpo de Eunice, que só foi localizado pro volta das 17 horas. A criança foi levada para o Pronto Socorro da cidade e passa bem.

União da Vitória

O município mais atingido pelas chuvas foi União da Vitória, região Sul do estado, onde 70 pessoas fo­­ram desabrigadas. O Rio Iguaçu es­­tá 5,16 metros acima do nível normal no trecho que contorna a cidade. Cerca de 500 casas que mar­­geiam o rio foram afetadas. Pelo menos 11 famílias foram abrigadas no ginásio de esportes municipal. As demais estão em casa de pa­­rentes e amigos. A volta para ca­­sa depende da normalização do nível do rio. A Defesa Civil estadual ainda estuda a possibilidade de decretar situação de emergência no município.

No abrigo, os espaços ocupados pelas famílias estão separados por meio de lonas. Muitos levaram para a moradia improvisada os móveis, as roupas e até televisão. "A prefeitura permitiu que nós trouxéssemos a televisão", informou Margarete Cardoso, que enfrenta sua primeira enchente. "Eu vim da Lapa há dois anos e sempre via falar de enchente na televisão, mas agora estou sentindo na pele", afirma.

Umuarama

Em Umuarama, região Noroeste, rajadas de vento atingiram parte da cidade por volta das 2 horas da madrugada de ontem e deixaram um rastro de destruição no Ce­­mi­­tério, Jardim Panorama, zona 2 e alguns bairros próximos. O Corpo de Bombeiros da cidade recebeu cerca de 300 pedidos de ajuda. Se­­gundo a Defesa Civil local, 97 casas foram destelhadas, 8 famílias ficaram desalojadas e foram distribuídos 1,5 mil metros quadrados de lona plástica. Em torno de 20 árvores foram arrancadas pelo tronco, a maioria danificando casas. Hou­­ve ainda um registro de alagamento e destruição total de um túmulo no Cemitério Municipal, onde vá­­rias árvores e galhos foram derrubados. A Copel informou que em Umuarama e cidades da região o vendaval deixou 88.751 domicílios sem energia elétrica. Até o fim da tarde o número foi reduzido para 800 estabelecimentos sem luz. Segundo o Simepar, o vento teve velocidade entre 50 e 60 quilômetros por hora.

Em Goioerê, os ventos fortes derrubaram árvores, destelharam casas, galpões em áreas rurais e destruíram dezenas de fachadas comerciais, principalmente no centro da cidade.

Curitiba e região

Os municípios da região metropolitana como Almirante Ta­­man­­daré, Araucária, Campo Lar­­go, Pinhais e São José dos Pinhais tiveram algumas ocorrências de alagamento e de quedas de árvores. Desses, os mais afetados fo­­ram Pinhais, com 50 residências ala­­gadas, e Araucária com 60 mo­­radias atingidas por alagamento. Em Curitiba foram dez pontos de alagamentos, seis destelhamentos e três quedas de ár­­vores. "Trabalho de madrugada e quando cheguei em casa, estava cheia de água. Meu irmão e mi­­nha mulher levantaram os móveis, mas tivemos de nos refugiar na casa da minha mãe", diz Cassiano Alves Rodrigues, morador da CIC. De acordo com informações da Fundação de Ação Social (FAS), sete famílias foram levadas para um colégio municipal no Pinheirinho.

Colaboraram Osmar Nunes, correspondente em Umuarama, e Dirceu Portugal, correspondente em Campo Mourão

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