O ciclone extratropical que está sobre o Sul do país e se desloca para a Região Sudeste deve deixar o mar agitado hoje, numa faixa que se estende do Cabo de Santa Marta, no Rio Grande do Sul, até Cabo Frio, no Rio de Janeiro. No Paraná, a Capitania dos Portos do Paraná (CPPR) reproduziu ontem um aviso do Centro de Hidrografia da Marinha para o risco de ressaca, que vai até as 9 horas de hoje, recomendando a pescadores, iates clubes e comunidades marítimas que evitem navegar em alto mar. Segundo a CPPR, as ondas podem chegar a 4 metros de altura.
De acordo com o capitão do Corpo de Bombeiros e coordenador adjunto da Defesa Civil em Paranaguá, Jonas Emannuel Benghi, o ciclone ainda não causou ressaca no litoral, mas as equipes estão em alerta, especialmente em Guaratuba, que já registrou avanço do mar na tarde de sexta-feira. O capitão conta que a própria área do Corpo de Bombeiros na cidade está vulnerável o muro de contenção próximo ao local já foi destruído várias vezes. "Temos de monitorar constantemente a costa, pois desde o início do ano o litoral já registrou cerca de duas ressacas significativas a cada mês", ressalta.
Em Matinhos, a maré alta chegou a derrubar um poste de iluminação em frente ao mercado de peixes da cidade. De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores de Matinhos, Mário Hanek, os pescadores pretendiam sair para o mar hoje, pois as ondas na região ainda eram consideradas pequenas. "Com a maré alta, ainda é possível sair para o mar; já com ondas grandes, fica complicado, o risco é grande. Estamos acompanhando a situação do mar dia a dia, pois o ciclone já deixou o mar mais agitado".
Alto mar
Embora a previsão seja de mar agitado e ventos fortes no litoral do Paraná, as regiões mais afetadas devem ser o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, segundo o meteorologista do Simepar (Instituto Meteorológico do Paraná) Samuel Braun. Isso porque o litoral paranaense possui uma extensão menor do que a dos estados vizinhos, e o centro do ciclone está distante da costa paranaense e mais ao sul do continente, próximo ao Uruguai. O meteorologista aponta que o risco de o mar invadir ruas e casas é mínimo, já que a agitação tende a ficar concentrada em alto mar, com rajadas de vento de até 80 km/h e chuva forte.