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Chuvas e vendavais ao longo de um mês causaram destruição e ainda mantêm 3,8 mil gaúchos em abrigos públicos e 6,3 mil desalojados na casa de parentes | Mateus Bruxel/Correio do Povo
Chuvas e vendavais ao longo de um mês causaram destruição e ainda mantêm 3,8 mil gaúchos em abrigos públicos e 6,3 mil desalojados na casa de parentes| Foto: Mateus Bruxel/Correio do Povo

Depois da chuva e do vendaval, o tempo seco ajudou ontem no trabalho de recuperação dos estragos em diversos municípios do Rio Grande do Sul. A passagem de um ciclone extratropical sobre o estado no fim de semana transformou o sol e o calor de primavera em um fim de semana com falta de luz, quedas de árvores, interrupção de rodovias e famílias que precisaram abandonar provisoriamente as suas casas.

Segundo informações da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), as áreas mais afetadas são Rio Grande, Pelotas, região metropolitana de Porto Alegre e o litoral norte do estado. Ontem à tarde, 173 equipes trabalhavam para o restabelecimento da luz, ainda sem previsão para a conclusão. No sábado, o número de consumidores sem luz chegou a 61 mil. Apesar do problema na área de concessão da CEEE, a AES Sul e a Rio Grande Energia (RGE) informaram não haver problema de fornecimento de energia em suas áreas de concessão.

Destruição

Em Rio Grande, município no li­­toral sul gaúcho, 100 famílias que residem às margens da Laguna dos Patos precisaram deixar as moradias no sábado. Os ventos passaram de 100 km/h durante o dia, derrubando árvores e até mesmo destelhando um ginásio no centro da cidade. "Pe­­lo menos, ninguém precisou ir para abrigos", disse o vice-prefeito e coordenador da Defesa Civil municipal, Adinelson Troca. A maioria das pessoas voltou ontem para casa.

Ontem, os ventos estavam menos intensos e as temperaturas apresentaram queda em todo o estado. A Defesa Civil do Rio Gran­de do Sul aproveitou o tempo seco para acelerar a reconstrução de casas e distribuição de colchões e cobertores. O chefe da Comuni­ca­ção Social, capitão Alexsandro Goi, afirmou que as equipes seguem concentradas nos municípios da fronteira oeste. A região é a que registra o maior número de desabrigados e desalojados no estado.

Desde o dia 13 de novembro, 180 municípios gaúchos já decretaram situação de emergência. De acordo com a Defesa Civil, no mesmo período do ano passado eram 40 cidades em situação de emergência. Segundo balanço divulgado ontem, ao todo 3.811 pessoas permanecem em abrigos públicos e 6.322 desalojados estão na casa de amigos ou de familiares. Foram registradas oito mortes no estado.

Socorro

A Secretaria da Saúde do Rio Gran­­de do Sul informou que fe­­chou um acordo com o Ministério da Saúde para repasse de R$ 50 milhões para ajudar os municípios gaúchos que decretaram situação de emergência em decorrência das chuvas. Ainda de acordo com a pasta, o valor será destinado à reconstrução e reforço da rede de atendimento básico e hospitalar das cidades que foram atingidas pelos temporais. De acordo com o órgão, os repasses serão feitos pelo ministério ao Fun­­do Estadual de Saúde, que os encaminhará para os fundos municipais.

A data do repasse não foi informada, mas detalhes sobre a ajuda serão discutidos por prefeitos e diretores de 83 hospitais de cidades atin­­­gidas, em reunião marcada para amanhã. Ao menos 13 casos de danos a instalações de saúde foram registrados nos últimos três meses.

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