Pitangueiras Apenas R$ 600 mensais, pouco mais de um salário mínimo paranaense, de R$ 437, em vigor desde maio. Esse é o custo adicional mensal do programa de reciclagem de lixo implantado pela prefeitura de Pitangueiras, município de 2,5 mil habitantes, no Norte do estado. O dinheiro é gasto na compra de sacos plásticos, entregues semanalmente nas 900 casas da cidade, onde vivem 70% dos moradores.
Na implantação do programa, em novembro passado, a prefeitura doou a cada domicílio um tambor plástico de 50 litros, para o acondicionamento do lixo orgânico e não-reciclável. A coleta é feita em dias alternados não-recicláveis às segundas, quartas e sextas-feiras; e recicláveis às terças e quintas. Por isso, a coleta seletiva não exigiu a contratação de funcionários para a limpeza pública. A equipe de 12 pessoas foi mantida.
Pitangueiras gera 1,5 tonelada de lixo por dia. Segundo o prefeito, Arquimedes Ziroldo (PMDB), 70% desse volume já é reaproveitado. É um índice bem superior ao de Curitiba pioneira e até hoje considerada referência nacional nessa prática. A capital do estado recicla 20% das 1,58 mil toneladas de lixo que produz diariamente.
Na capital, isso é garantido por uma ampla campanha publicitária que, agora, estimula os moradores a fazer a separação por tipo de material reciclável: vidro, metal, plástico e papel. Para atingir toda a população, Pitangueiras fez apenas uma campanha de conscientização dos estudantes e distribuiu panfletos informativos, de papel reciclado.
O prefeito, que administra Pitangueiras pelo terceiro mandato, diz que os próximos passos são a compostagem do lixo orgânico, hoje depositado em um aterro, e a montagem de uma usina de reciclagem. Essa atividade ainda é precária, conforme constatou a reportagem da Gazeta do Povo. Os responsáveis pela separação não usam qualquer equipamento de proteção, como luvas. Eles não são funcionários da prefeitura e dependem da venda dos materiais reciclados. Tiram cerca de um salário mínimo mensal.