Marcelo Barbosa dos Santos, de 28 anos, começa o ano hoje com planos de fazer muita economia. Vendedor de esculturas em balão, mais conhecido como palhaço Alegria, ele pretende guardar dinheiro em 2006 para poder realizar um sonho antigo em 2007. "Venho juntando dinheiro há dois anos para montar uma escolinha de circo para meninos de rua", diz. É da realidade presenciada de segunda a domingo, no calçadão da Rua XV de Novembro, Centro de Curitiba, que Alegria traz esse desejo. "O que mais me choca é ver crianças de menos de 10 anos se drogando no Centro da cidade e ninguém fazer nada, inclusive policiais que muitas vezes estão por perto", lamenta o palhaço.

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O desejo de terminar 2006 com mais dinheiro na poupança e maior segurança na cidade do que no início do ano é comum a boa parte dos entrevistados numa pesquisa exclusiva feita para Gazeta do Povo pela Paraná Pesquisas sobre expectativas para este ano. Melhoria da segurança pública foi o item mais lembrado pelos entrevistados, considerado o melhor presente que a cidade pode dar a seus moradores em 2006 por 37,47% das pessoas ouvidas. A resposta era espontânea e mais de um presente poderia ser sugerido pelos entrevistados. Mais oportunidades de emprego, melhoria no atendimento de saúde pública, pavimentação de ruas e reformas de calçadas também estão entre os mais votados (veja quadro).

Sentir-se mais segura em casa e em relação às companhias do neto de 14 anos é também o que espera a dona de casa Cora Marques da Silva, de 66 anos. Moradora do bairro Tarumã, ela já teve a casa arrombada duas vezes. "Levaram televisão, aparelho de som e eletrodomésticos. Faz mais de um ano, mas até hoje não consegui repor tudo", afirma. Para Cora, o aumento do policiamento na cidade e maior repressão ao tráfico de drogas sãos as medidas mais urgentes para que a Curitiba de 2006 seja melhor do que a do ano passado. "Meu neto chegou naquela idade que a gente tem de ficar atento, porque o tráfico de drogas está por todos os lados. No tempo em criei meu filho não tinha a mesma preocupação", diz ela.

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Dinheiro no bolso

Economizar dinheiro em 2006, como pretende fazer o palhaço Alegria, é a quarta resolução de ano-novo mais votada pelas pessoas que disseram fazer promessas ou propósitos na época do réveillon. A enfermeira Maria Marques, de 52 anos, tem um desejo comum a 88,59% das pessoas que fazem resoluções de início de ano: escolheu ter mais tempo para a família em 2006. E já começou a cumprir. Em meados de dezembro abandonou um dos dois empregos que tinha para cuidar da mãe, que está doente. "Assim também terei mais tempo para ficar com meus filhos", planeja.

A Paraná Pesquisas ouviu 491 moradores de Curitiba – amostra que representa a população da cidade acima de 16 anos de idade. Os questionários foram feitos de 14 a 16 de dezembro de 2005, sendo acompanhadas 20,37% das entrevistas. O grau de confiança da pesquisa é de 95%, para uma margem estimada de erro de 4,5 pontos percentuais.