Brasília Se a Polícia Civil de São Paulo não tem dimensão de quanto o Primeiro Comando da Capital (PCC) movimenta com roubos, seqüestros e tráfico de armas e drogas, a Polícia do Rio de Janeiro tem essas contas na ponta do lápis. Levantamento da Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil fluminense, feito em julho de 2003, estima que o comércio de maconha e cocaína nas 10 principais localidades dominadas pelo Comando Vermelho (CV) e pelo Terceiro Comando (TC) chegue a R$ 436,44 milhões por ano.
Segundo relatório em poder da CPI do Tráfico de Armas, o CV comandava, naquele ano, os morros mais rentáveis, como a Rocinha (R$ 10 milhões por mês), o Complexo do Alemão (R$ 4 milhões) e a Mangueira (R$ 3 milhões). A facção movimentava cerca de R$ 22 milhões por mês com o tráfico de cocaína e maconha nada menos do que R$ 264 milhões por ano (veja o quadro).
O Terceiro Comando, por sua vez, controla, entre outros, o comércio do Complexo da Maré (R$ 5,5 milhões por mês).
Juntamente com outros nove pontos, arrecadaria R$ 14,37 milhões por mês, o que dá um faturamento anual de R$ 172,44 milhões.
O comércio do Comando Vermelho é maior por causa da preferência por comercializar cocaína nos morros comandados pela facção. Por mês, nos seus principais pontos, o CV vende cerca de 245 quilos do chamado "pó" e 1,7 tonelada de maconha. O TC, por sua vez, repassa mensalmente 212 quilos de cocaína e 2,640 toneladas de maconha.
Em 2002, a imensa maioria da droga que abastecia os morros controlados pelo CV vinha de fora do país num negócio que envolvia o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e organizações internacionais como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
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