Umuarama A região cortada pelos rios Piquiri, Ivaí e Paraná, no Noroeste do estado, ainda era formada por mata fechada nos anos 40 do século passado. Mas Cafeeiros, hoje distrito de Cruzeiro do Oeste, já era uma cidade com mais de cinco mil habitantes, aeroporto, hotel, cinema e grandes armazéns de alimentos. A aposentada Necilda Nunes Bruno, 71 anos, chegou recém-casada à cidade em 1947, criou os dez filhos e foi a única que não quis ir embora da região. Ela viveu os tempos de glória e assistiu à derrocada da cidade que se transformou num povoado.
A igrejinha de madeira foi a única construção a resistir ao tempo, apesar da ameaça de desabamento e da imagem de abandono no meio do pasto. A prefeitura de Cruzeiro do Oeste conseguiu aprovar, no Ministério do Turismo, um projeto de restauração que vai custar R$ 118 mil e deverá ser executado até o fim deste ano. A intenção é transformar a construção do século passado em patrimônio histórico e cultural do Noroeste do Paraná e num dos pontos de atração turística na região. A capela fica a 500 metros da rodovia PR-323, no trecho entre Umuarama e Cruzeiro do Oeste.
A rodovia, que liga Umuarama e Maringá, só foi asfaltada em 1970. Necilda lembra das viagens no percurso de 150 quilômetros que chegava a demorar até três dias quando chovia. Em Cafeeiros, ela recorda do apogeu quando, para ir da casa onde morava até o armazém ou visitar as amigas, era preciso vestir roupa nova e sair bem arrumada, já que as ruas estavam sempre cheias de gente.
Túnel do tempo
O povoado acabou perdido no tempo. Em 1952 foi fundada a cidade de Cruzeiro do Oeste e, um ano mais tarde, Umuarama. Cruzeiro se emancipou de Peabiru em 1954. Umuarama deixou de pertencer a Cruzeiro do Oeste em 1960. As duas cidades roubaram a cena e os moradores migraram de Cafeeiros, empurrados pela crise da cafeicultura, iniciada com a geada negra de 1975. Atualmente Umuarama tem cerca de 100 mil habitantes e Cruzeiro do Oeste, 21 mil. Cafeeiros perdeu o status de cidade. Hoje são apenas algumas chácaras e uma população rural de 380 moradores.
Para dona Necilda, da época de ouro restaram apenas saudades e a esperança de ver ao menos a Igreja Imaculada Conceição restaurada e pronta para as celebrações mensais. "Ela é parte da nossa vida porque foi ali que batizamos e casamos nossos filhos e netos", diz.
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