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O Carnaval é sem sombra de dúvida a maior festa do Brasil e a que mais turistas atrai para o país, mas a burocracia e a necessidade de dar um melhor uso ao dinheiro público deixarão sem a folia algumas cidades no próximo mês.É o que aconteceu em Paraty, cidade turística colonial do estado do Rio de Janeiro, onde não será realizado o "Carnamar", que leva o Carnaval para o mar através de grupos que decoram embarcações e que são acompanhados por músicos.

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Segundo a Prefeitura explicou em comunicado, o motivo é que o Governo anterior tinha que ter solicitado a permissão para a festa à Capitania dos Portos com 45 dias de antecedência, "para que possa haver um planejamento adequado", e não o fez.

Como o novo Governo municipal só tomou posse no dia 1º de janeiro, "não houve tempo hábil" para realizar o pedido, "impedindo uma organização competente", continua a nota.

Mesmo assim, os tradicionais blocos sairão pelas ruas do centro histórico de Paraty, que à noite estarão abarrotadas de bonecos gigantes, outro símbolo do Carnaval local.

Sem carnaval por vários motivos

Por outro lado, um "deslize" da administração municipal anterior da cidade litorânea de Cabo Frio, Rio de Janeiro, fez com que as escolas de samba ficassem sem desfile.

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Segundo explicaram à Agência Efe fontes da Prefeitura de Cabo Frio e das escolas de samba, a administração municipal anterior não liberou o orçamento para a organização do desfile e, portanto, dez das 14 escolas que formam a liga votaram a favor de adiá-lo para abril.

Em Teresópolis, uma das cidades serranas do estado do Rio que há dois anos foram arrasadas por chuvas que causaram cerca de mil de mortos, o Ministério Público impede a Prefeitura de dar dinheiro às escolas de samba para montar seus desfiles, o que diminui sua capacidade de organização, segundo a Prefeitura.

Mas o Carnaval pelo qual o Brasil é reconhecido internacionalmente também pode ser cancelado por uma boa causa.

É o que aconteceu em Petrópolis, cidade vizinha de Teresópolis e outrora refúgio de verão da família real brasileira, na qual o prefeito, Rubens Bomtempo, decidiu destinar para a área de saúde o R$ 1 milhão que custa organizar o desfile principal.

Bomtempo disse à Efe por telefone que ao assumir o comando da cidade encontrou graves deficiências, como folhas de pagamento dos médicos atrasadas, e que, portanto, era idôneo destinar o dinheiro para essa área.

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"Todo o mundo na cidade conseguiu entender que a saúde corresponde a todos", explicou o prefeito, que espera que para o ano que vem as deficiências sejam solucionadas e o Carnaval seja comemorado com toda a normalidade.

Em Itatiaia, cidade de 29 mil habitantes a 170 quilômetros a nordeste do Rio, o Carnaval não será realizado para se destinar os R$ 300 mil que custaria a festa para a compra de duas ambulâncias, a construção de uma creche e o asfaltamento de ruas.

Fontes da Prefeitura explicaram à Efe que além do fator orçamentário também influiu uma recomendação do Corpo de Bombeiros para não realizar mais grandes eventos no centro da cidade, onde uma rápida evacuação em caso de emergência seria difícil.

O prefeito de Itatiaia, Luis Carlos Ypê, explicou que para o ano que vem querem celebrar os atos de rua do Carnaval "em um lugar mais amplo e seguro".