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Urbanismo

Cidades latinas compartilham soluções

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

O que o transporte coletivo da região metropolitana de Lima, no Peru, as habitações populares de Santa Fé, na Argentina, e a região metropolitana de Manágua, na Nicarágua, podem ter em comum? Pesquisadores e técnicos de 12 países latino-americanos, que até o dia 23 de março participam, em Curitiba, de um curso internacional de práticas em gestão, mostram que os problemas nos grandes centros urbanos são parecidos e que as soluções podem ser encontradas pela troca de experiências vividas por essas cidades.

A partir da próxima segunda-feira, 11 especialistas estrangeiros irão apresentar casos de planejamento e gestões urbanas que estão sendo adotados em cidades da Bolívia, México, El Salvador, Nicarágua, Paraguai, Peru, Chile, Colômbia e Argentina. Entre eles está o plano para a criação de um sistema de transporte coletivo na região metropolitana de Lima.

A capital peruana se inspira no modelo de Curitiba para a criação do projeto. A intenção, segundo explica o contador e professor da Universidade Major de San Marcos, Nestor Adolfo Macedo, é adotar um sistema de transporte coletivo, com empresas e itinerários definidos, e integrá-lo com o metrô de superfície, já existente na cidade. "Temos um sistema de ônibus irracional e sem planejamento", diz. Lá, qualquer um que tiver um ônibus pode criar uma linha e transportar passageiros. Macedo, porém, deixa claro que a inspiração vem de um sistema que funciona, mas não é perfeito. "Curitiba precisa de outro modo de transporte coletivo. O sistema já chegou ao seu limite", opina.

A capital e maior cidade da Nicarágua, Manágua, também está implantando uma prática semelhante já existente na região metropolitana de Curitiba. Desde o fim de 2006, está em processo de criação uma associação entre os 30 municípios que integram a região metropolitana e que reúnem uma população de 1,8 milhão de habitantes. De acordo com o arquiteto da prefeitura de Manágua, Luiz Otávio Mendoza, faz falta uma entidade que coordene uma área que atinge cerca de 5,3 km2. "O crescimento é completamente desordenado e os problemas da metrópole acabam ultrapassando a sua jurisdição", diz.

Já o arquiteto e diretor provincial de Moradias e Urbanismo do governo de Santa Fé, Pablo Martin Cuello, apresenta um projeto que visa minimizar os efeitos do déficit habitacional na cidade de Rosário, o segundo maior centro urbano da metrópole argentina Santa Fé, que possui 1,7 milhão de habitantes. O projeto integra um programa federal de construção de moradias sociais, em que o governo financia o imóvel para o cidadão e que prevê a construção de 5 mil moradias na cidade.

Cuello apresenta o histórico das habitações populares de seu país e mostra exemplos que não deram certo, como grandes conjuntos de prédios implantados na década de 70. "Não tinha manutenção nas áreas comuns e em nenhum desses locais foi criado sequer um condomínio. Em muitos deles impera a violência, onde a polícia não consegue nem entrar", diz.

Como solução, agora o governo argentino está oferecendo casas com até três pavimentos, mas em locais mais distantes do Centro da cidade e com toda a infra-estrutura necessária, como água, luz e esgoto, por exemplo. "Os cidadãos argentinos parecem valorizar mais a propriedade única sobre a terra", diz.

O curso tem a coordenação técnica do Instituto de Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e faz parte do Programa de Treinamento para Terceiro Países (TCTP) da Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA). Os participantes são bolsistas convidados pela JICA.

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