Entre os 32 mil habitantes de Ivaiporã, no Noroeste, pelo menos 6 mil usam o transporte todos os dias| Foto: Divulgação / Prefeitura de Ivaiporã

O preço do transporte coletivo ficou de fora da pauta de reclamações dos moradores de pelo menos três cidades das regiões Noroeste e Norte do Paraná. Em Ivaiporã e Faxinal, no Noroeste, e em Wenceslau Braz, no Norte, o transporte coletivo é oferecido gratuitamente aos moradores há alguns anos.

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Os habitantes de Ivaiporã usufruem do benefício desde 2001, quando a prefeitura introduziu a novidade com dois ônibus. Atualmente a frota é de oito conduções, sendo que sete atuam por toda a cidade e a outra serve como ônibus reserva. "A população daqui cobra por melhorias, principalmente, pedindo mais linhas para distritos e mais comodidade", contou o prefeito Luiz Carlos Gil (PMDB). "Alguns bairros mais novos ainda não são atendidos", afirmou.

Entre os 32 mil habitantes da cidade, pelo menos 6 mil usam o transporte todos os dias. Segundo Gil, o gasto mensal com o transporte coletivo é de R$ 50 mil – no ano são R$ 600 mil de gastos com o transporte, ou seja, 1,2% dos R$ 50 milhões em orçamento previsto da cidade. "É um circulo virtuoso, positivo para Ivaiporã. Precisamos mostrar isso como um atrativo para a cidade. Aqui as empresas não precisam pagar vale transporte, então transformamos o ônus em bônus", afirmou o prefeito. Até o final do ano a prefeitura pretende inaugurar o terminal urbano.

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As linhas funcionam durante a manhã (entre 6h30 às 9h), no horário do almoço (11h às 14h) e início da noite (17h às 19h30). "Do pouco que usei o transporte posso dizer que é bom. Não são ônibus linha 2013, mas também não são ruins ou estão caindo aos pedaços", comentou o motorista Roberto Pereira Costa. "Para o tamanho da cidade está ideal porque passa pelos lugares principais."

Em Faxinal, também no Noroeste, o tempo da gratuidade é o mesmo de Ivaiporã. A diferença está no número de ônibus: são dois. "Estamos pensando na expansão do atendimento porque a cidade está crescendo", adiantou o prefeito Adilson José Silva Lino (PDT). "Queremos atender no final de semana inteiro. Ultimamente atendemos até sábado, no horário do almoço."

Para manter a gratuidade, a prefeitura dispõe de R$ 10 mil por mês, sendo R$ 120 mil durante o ano. Com um orçamento previsto de R$ 20 milhões para 2013, o gasto com o transporte público é de 0,6% da receita anual. "Qualquer cidade de médio porte consegue absorver esse valor. Com certeza não seria um gasto extremo", opinou o prefeito.

Novata

Wenceslau Braz, no Norte do estado, usa o transporte gratuito há menos tempo: são quatro anos e meio. São três ônibus que circulam pela cidade em 32 horários diferentes, entre 6h20 e 19h40. Segundo o secretario de Obras, Infraestrutura e Viação Urbana, José Gentil Gomes, pelo menos um quarto dos 20 mil habitantes da cidade usufruem do benefício.

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O gasto mensal é de R$ 14 mil, aproximadamente R$ 170 mil por ano. Com orçamento de R$ 18 milhões, a prefeitura usa menos de 1% da receita anual da cidade para manter o transporte gratuito. "Estamos enquadrando alguns bairros porque temos a previsão de compra de mais dois ônibus articulados para este segundo semestre, aumentando as linhas", disse o secretário.

O funcionário público do estado Bento dos Santos comentou que não possui reclamações sobre o transporte, mas disse acreditar que mais linhas poderiam ser implantadas nos horários de pico. "Tem horas que anda lotado, principalmente em horário de pico: de manhã e na hora do almoço", disse. "No mais está tudo certo. Acho que 70% dos ônibus estão em ótimo estado."