Levantamento
Pesquisa chega a 5.414 dos 5.564 municípios brasileiros
Os dados divulgados ontem pelo IBGE são resultado da Contagem da População dos Censos 2007, que já recenseou mais de 105 milhões de pessoas e cerca de 34 milhões de domicílios em todo o Brasil. A contagem foi realizada em 5.414 municípios com até 170 mil habitantes e em mais 21 municípios situados em 14 estados onde, além da capital, um ou dois excedem esse teto de população, permitindo, dessa forma, totalizar a população desses estados com base nos resultados da Contagem da População. Para os 129 municípios restantes, incluindo o Distrito Federal, onde não houve pesquisa, repetiu-se preliminarmente a estimativa da população de 2006.
Estes resultados ainda são preliminares, mesmo com o processo de coleta de informações finalizado. Em alguns municípios, uma parcela significativa dos domicílios visitados estava fechada ou houve recusa em atender o recenseador, o que prejudicou a realização da entrevista. Desta forma, de 1.º a 12 de setembro, os recenseadores retornarão a estes domicílios para atualização dos dados populacionais e, assim, concluir a Contagem da População com informações como o número de moradores do domicílio, idade e sexo de cada pessoa.
A relação final da população dos 26 estados e do Distrito Federal, e dos 5.564 municípios do Brasil será divulgada no dia 24 de setembro de 2007.
Ponta Grossa Metade das cidades do Paraná encolheu nos últimos 11 anos. É o que indica a contagem de população divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Somadas às estimativas de moradores das oito maiores cidades do estado que não tiveram a população recenseada o Paraná atinge a marca de 10,1 milhões de habitantes. De acordo com chefe do IBGE do Paraná, Sinval Dias dos Santos, o levantamento confirma a tendência de esvaziamento dos pequenos e médios municípios.
Apenas os residentes em Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Cascavel, São José dos Pinhais e Colombo não receberam a visita dos recenseadores neste ano. Nas cidades com menos de 170 mil habitantes, a população aumentou em 11 anos apenas 335 mil pessoas equivalente a cidade de Maringá. Atualmente, são 6.155.541 nessas 391 cidades do estado. São seis de cada dez paranaenses.
Da contagem de 1996 para este ano, 208 dos 399 municípios paranaenses registraram queda no número de moradores. Os casos mais críticos são Laranjeiras do Sul (que tem hoje 9.043 habitantes a menos), Nova Laranjeiras (6.121), Nova Tebas (6.080), Ortigueira (5.825) e Assis Chateaubriand (4.028). Proporcionalmente, as que mais perderam população foram Nova Tebas (42%), Altamira do Paraná (37%), Nova Laranjeiras (35%), Boa Esperança (32%) e Iretama (29%). Ao total, 21 cidades perderam mais de 20% da população.
Na outra ponta, os municípios que mais cresceram foram Araucária (com 31.122 moradores a mais do que em 1996), Fazenda Rio Grande (26.067), Piraquara (24.138), Arapongas (20.821) e Toledo (19.008). Entre os dez que cresceram mais em quantidade de habitantes, seis estão na região metropolitana de Curitiba. Em proporção, as cidades que mais cresceram foram Itaipulândia (83%), Pontal do Paraná (73%), Tunas do Paraná (72%), Fazenda Rio Grande (57%) e Mauá da Serra (50%).
Mesmo aumentando em quase 10%, Nova Aliança do Ivaí continua na condição de menor cidade do Paraná. A redução em pouco mais de 400 habitantes fez Esperança Nova passar de 10.ª menor cidade do estado para 4.ª menor. A variação nas faixas de concentração não foi muito significativa. Atualmente, 213 cidades têm menos de 10 mil habitantes e 367 cidades registram menos de 50 mil. Há 11 anos, eram 210 com menos de 10 mil e 370 cidades com menos de 50 mil. Fazenda Rio Grande, Rolândia e União da Vitória conseguiram ultrapassar a casa das cinco dezenas de milhares.
A contagem de população também altera o ranking das cidades paranaenses. Araucária passou a ser a 13.ª cidade do PR, saindo da 18.ª posição. Por sua vez, Umuarama perdeu espaço para Campo Largo e Arapongas. Almirante Tamandaré ganhou uma posição, passando de 20.ª para 19.ª cidade do estado. O IBGE destaca que os dados são preliminares e que podem sofrer alterações até 24 de setembro, quando a contagem finalizada será apresentada. Por causa de domicílios fechados ou pessoas que se negaram a responder ao questionário, os recenseadores ainda terão trabalho de campo de 1.º a 12 de setembro.
De acordo com o presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), José Moraes Neto, com os dados provisórios, o que se pode afirmar é que muitos municípios apresentaram mudanças significativas em suas taxas de crescimento. Cidades que na década de 90 registraram elevadas taxas agora sentem a redução. Ele cita também que municípios que perderam muitos habitantes, atualmente apresentam quedas menos intensas. "O resultado mostrado nestes dados preliminares é uma significativa queda na taxa de crescimento anual da população do Paraná entre 2000 e 2007 se comparado com a taxa da década de 1990", avalia.
Impacto público
Os números do IBGE, depois de finalizada a contagem, têm importância particularmente considerável para os gestores públicos municipais. E o decréscimo de metade das cidades paranaenses deixa em alerta a Associação dos Municípios do Paraná (AMP), que já tem uma reunião marcada para segunda-feira, com o objetivo de analisar os dados divulgados ontem. Muitos dos recursos federais e estaduais repassados às prefeituras são vinculados ao número de habitantes de cada uma delas. Cerca de 90% das cidades têm como principal fonte de arrecadação o Fundo de Participação dos Municípios, que será condicionado à contagem.
"Esse resultado é péssimo para as cidades, porque elas estão perdendo renda, massa trabalhadora e poder de negociação", explica o vice-presidente da AMP e prefeito de Carlópolis, Isaac Tavares da Silva. O secretário-geral da AMP e prefeito de Piraquara Gabriel Samaha disse que conhece na prática o que a contagem revelou ontem. Ele assiste ao inchaço da cidade que administra, na Região Metropolitana de Curitiba. Muitos dos novos moradores estão saindo dos pequenos municípios do interior.
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