Depois de seis anos de trabalhos, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, a maior autoridade em aquecimento global do mundo, lança hoje seu novo relatório-síntese sobre o estado do planeta.
As constatações são drásticas: a concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, gás oriundo da queima de combustíveis fósseis e o mais nocivo ao ambiente, cresceu 40% desde 1750 e continua a se acumular. Com isso, a temperatura na Terra já subiu 0,89ºC entre 1901 e 2012 e vai se elevar entre 1,5ºC, no melhor cenário, a 6ºC no pior até o final do século. E isso é só o começo.
O novo relatório, que será anunciado hoje em Estocolmo, às 10 horas, (5h de Brasília), é visto como o melhor inventário sobre a saúde do planeta já realizado pelo homem. Pelos cálculos do IPCC, a concentração de CO2 na atmosfera vem se intensificando subiu 20% entre 1750 e 1958.
O resultado imediato é o agravamento do efeito estufa, que provoca o aquecimento da Terra. "Cada uma das últimas três décadas foi mais quente que todas as décadas precedentes desde 1850, e a primeira década do século 21 foi a mais quente", advertirá o relatório. Entre 2016 e 2035, o planeta deve aquecer entre 0,3ºC e 0,7ºC.
A conclusão mais importante de todas as trazidas pelo relatório não é nova, mas é cada vez mais certa. Com 95% de certeza, os cientistas indicam a ação do homem "antropogênica" como a maior causa do aquecimento global. Há seis anos, essa certeza era de 90%, e em 2001, de 66%.