Para aliviar os sintomas da bromidrose axilar – o nome médico para o cheiro de cecê – as recomendações básicas são antitranspirantes à base de cloreto de alumínio e o uso de antibióticos tópicos. De acordo com a dermatologista Fabiane Brenner, do Hospital Vitta, o tratamento costuma ser demorado, podendo chegar a até um mês e meio. Mas em casos extremamente graves, alguns dermatologistas têm sugerido soluções mais invasivas: como a lipoaspiração das glândulas axilares ou a retirada cirúrgica das glândulas apócrinas, realizadas por cirurgiões plásticos.

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INFOGRÁFICO: Mitos e verdades do mau cheiro

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É a lipoaspiração que o jovem Markus*, morador do interior da Bahia, pretende fazer. Depois de passar por vários tratamentos, inclusive uma cirurgia para reduzir a hiperidrose (excesso de suor), ele criou um blog sobre o assunto. “Depois da cirurgia, eu tive uma melhora na questão do volume de suor, mas no odor ajudou pouco”, comenta.

O cirurgião plástico Alexandre Kataoka, de São Paulo, explica que a minilipoaspiração das glândulas apócrinas exige menos tempo de recuperação do paciente e não gera cicatriz, mas é um procedimento com um índice menor de melhora. A retirada cirúrgicas da glândulas, por sua vez, causa uma cicatriz grande e exige, pelo menos, 15 dias de repouso do paciente. Mas, de acordo com ele, o resultado é muito bom. “Há bastante procura por esse procedimento. É um problema que não tem relação com higiene inadequada. Quando o paciente chega a nós, ele já passou por três ou quatro médicos, diferentes tratamentos e nada melhorou”, comenta Kataoka, que é um dos poucos médicos no Brasil que faz esses procedimentos.

*Nome fictício, a pedido do entrevistado.

Odores inconvenientes podem ser tratados com ajuda médica

Bromidrose axilar, bromidrose plantar e halitose. Mas pode chamá-los de cecê, chulé e mau hálito. Quem não sofreu com alguns desses problemas alguma vez na vida levante às mãos para os céus e agradeça. Esses odores inconvenientes produzidos pelo corpo podem atingir qualquer um, sem distinção de sexo ou classe social.

Em geral, medidas simples de higiene e algumas mudanças de hábitos solucionam o problema. Para a bromidrose axilar, a solução pode ser dar preferência a roupas de tecido natural , usar antitranspirante e manter a área sempre seca. A mesma regra se aplica para os pés. Meias de algodão e sapatos fabricados com matérias-primas naturais ajudam a evitar o chulé. O mau hálito pode ser causado por muitas horas sem comer ou pela má higiene da língua. Mais uma vez, a solução é simples: basta evitar ficar horas em jejum e lembrar sempre da língua na hora da escovação.

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Mas há situações em que, mesmo seguindo essas recomendações, o odor desagradável permanece. Quando é esse o caso, procurar ajuda médica é preciso. Para a bromidrose, seja axilar ou plantar, o dermatologista deve ser o caminho. A halitose, normalmente, é problema a ser tratado com o dentista. Em 90% dos casos, os problemas de hálitos estão relacionados aos dentes ou à língua.

Halitose

“Normalmente, o mau hálito é provocado por cáries, alguma infecção na boca ou até pelo que chamamos de língua saburrosa, que é o acúmulo de restos de alimentos na língua, que fermentam e geram gases mal cheirosos”, comenta o dentista Antônio Adilson, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ele conta que não é comum pacientes procurarem o dentista por causa da halitose mas, em muitos casos, ela acaba sendo percebida durante o tratamento dentário.

Quando o problema não está na boca, pode ser sinal de alguma infecção na garganta ou nas narinas. Embora mais raro, doenças gástricas também podem causar o mau cheiro na boca. A diabetes é outra doença que causa alterações no odor do hálito. “Até o câncer na boca pode causar o mau hálito”, diz Adilson.

Bromidrose

Ao contrário da halitose, a bromidrose não está relacionada a doenças. O mau cheiro nas axilas ou nos pés é o resultado da combinação bactérias e secreções corporais. “Todo mundo sua, mas algumas pessoas têm uma proliferação maior de bactérias, o que acaba causando o odor desagradável”, diz a médica dermatologista Fabiane Bresser. Ela explica que, em geral, corinebactérias, estafilococos e estreptococos são os responsáveis pela microbiota de resultado mal cheiroso.

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Estudos indicam que a interação dessas bactérias, principalmente as do tipo corinebactérias, com o suor excretado pelas glândulas apócrinas – que, além de água e sais minerais, possui também aminoácidos, ureia e ácido láctico –, é a principal causa bromidrose axilar. O suor apócrino está mais relacionado a situações de estresse, do que a termorregulação do corpo. Por isso, nem sempre é necessário suar litros para que o odor desagradável apareça.

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