O empresário Cleriston Pereira da Cunha, de 46 anos, conhecido como “Clezão”, que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, sempre negou ter cometido crimes nos protestos do 8 de janeiro. Ele estava em prisão preventiva, há mais de 10 meses, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, após ser preso no Senado no dia das manifestações. Nos autos, não constam provas das acusações feitas contra ele pelo Ministério Público Federal e acatadas por Moraes.
Em audiência realizada no dia 31 de julho de 2023, Cleriston contou o que fez no 8 de janeiro (veja vídeo abaixo). Depois de trabalhar no comércio de bebidas do qual era proprietário, até cerca de 16 horas, o empresário decidiu ir às manifestações. Cleriston, que toma remédios controlados, disse ter ido até o local com poucos pertences porque sua intenção era apenas se manifestar a favor da democracia e voltar para casa.
Quando começaram as bombas de gás lacrimogêneo, Cleriston conta ter entrado no Senado para se proteger, até pela sua saúde debilitada, onde ficou rezando pelo país. No local, da mesma forma que outros presos, Cleriston relata que os policiais foram amigáveis e disseram que os iriam defender. Depois de passar um tempo ali, entregou livremente o celular e senha aos policiais e soube, sem voz de prisão, que seria levado ao Complexo Penitenciário.
No depoimento, ele conta dos seus problemas de saúde, como ter ficado várias semanas internado em 2022. Na prisão, teve desmaios, ficou vários dias sem comer e passou mal pela falta dos remédios. “Mas Deus tem cuidado da gente”, afirmou.
Ao ser perguntado se sabia que haveria alguma manifestação violenta ou contrária à lei no dia 8 de janeiro, Cleriston negou veementemente. “De maneira alguma, se eu soubesse disso, eu jamais teria ido.” Cleriston também negou ter recebido dinheiro para ir às manifestações, participar de organização criminosa ou ter ajudado no acampamento que havia em frente ao Quartel-General do Exército.
Assista ao depoimento:
- Relatório médico de falecido citou risco de morte e urgência para soltura do preso
- Moraes cometeu crime ao não soltar preso doente que veio a falecer, diz van Hattem
- Presa com terço e bíblia no 8/1, faxineira é condenada por associação criminosa armada
- “Eles querem amedrontar o brasileiro”, afirma avó condenada a 14 anos por Moraes
- Condenada do 8/1 escreveu diário em folhas de papel higiênico na prisão
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Premiê de Assad concorda em entregar poder a rebeldes da Síria
EUA alertam que Estado Islâmico pode tentar “tirar vantagem” da situação na Síria
Segurança pública de São Paulo enaltece recorde histórico de redução de crimes
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora