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Apesar da estratégia deflagrada nos últimos dias para ganhar tempo e tentar esfriar a pressão pelo afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, a avaliação do grupo dele é de que a situação, extremamente difícil, tem desfecho previsto. Em conversas reservadas, integrantes da tropa-de-choque do senador constataram que o clima na Casa virou e que, agora, o arquivamento do processo de cassação é hipótese remota. Renan diz que vai para o tudo ou nada. Seus colegas consideram que a perda do poder é questão de tempo.

Mesmo senadores mais próximos já consideram que terão dificuldade em defendê-lo publicamente. Se antes sua absolvição era quase consenso, já não é mais: a oposição e até mesmo os aliados não escondem a preocupação com a força da opinião pública. Por isso, os senadores adotaram postura cautelosa.

O clima de isolamento político de Renan ficou explícito num jantar, semana passada, na residência oficial do Senado. Numa mesa em que só foi servido um prato de sopa, o senador tinha diante de si um único interlocutor, companheiro de partido de longa data. Cena incomum em dias de semana. Sem esconder o abatimento, registrou que vários aliados sumiram e poucos tinham coragem de defendê-lo. Num desabafo, deixou claro que agora não tem mais nada a perder.

"Não tem quem me faça sair da presidência do Senado. Já perdi tudo o que tinha para perder. Me desmoralizaram. Me colocaram no canto da parede. Perdi a minha família. Perdi a minha imagem pública. O que mais posso perder?", confidenciou Renan, de acordo com o relato do correligionário.

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