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Presença maior de elementos religiosos é pedido de frequentadores de shoppings
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No Mueller, árvore gigante indica que o tempo do Natal já chegou
Há mais de 30 anos, a professora Nilza Andretta, 69 anos, segue o mesmo ritual quando o Natal se aproxima. "Espalho papais noéis por toda a casa. Nenhum lugar escapa. E também coloco três arvorezinhas em algum canto que tenha ficado livre", conta Dona Nilza, que diz não imaginar Natal sem luzes, decorações e pinheirinhos. "Eu me sinto no paraíso, a casa fica mais alegre, a família muda. Combinei até com os meus vizinhos para enfeitar todo o hall do nosso andar. Como moramos em prédio, esse é o único lugar em que a gente pode mexer", diz, entusiasmada com a viagem que fará em breve para Gramado (RS). "Gramado e Canela são lugares maravilhosos para se passar o Natal. Curitiba tem de seguir o exemplo", diz.
A julgar pela quantidade de luzinhas que já piscam em Curitiba, o conselho de dona Nilza já está sendo posto em prática. A pouco mais de um mês do Natal, é possível encontrar shoppings, casas, praças e hotéis decorados com requinte, parte de um esforço para transformar Curitiba na "capital do Natal". A iniciativa, do Instituto Municipal de Turismo (IMT), vai investir R$ 620 mil na instalação e manutenção de mais de 10 mil metros de luzinhas, que irão iluminar pontos da cidade como a Rua XV de Novembro e o Portal de Santa Felicidade.
O diretor geral do Castelo do Batel, Marcelo do Amaral Lupion, conta que a decoração mexe com a população. "Ela chama a atenção das pessoas para um momento de meditação", afirma. Segundo ele, foram usadas mais de 200 mil lâmpadas ao redor do castelo, cujas luzes serão acesas dia 24 de novembro, data oficial da abertura da programação natalina, elaborada em conjunto pela prefeitura e pela iniciativa privada. "A gente percebe que as crianças e as famílias gostam, e até a circulação de carros ao redor do castelo aumenta", diz.
Além da iluminação de pontos turísticos conhecidos, também está em andamento um concurso que premiará os hotéis com melhor decoração e iluminação, o que estimulou uma corrida pelas melhores ideias. Débora Giovanetti, gerente do Grupo Lancaster, que administra o Hotel Lancaster, na Rua Voluntários da Pátria, conta que o concurso animou funcionários e clientes. "A gente vê que os funcionários se integram mais, e os clientes vão para a calçada admirar a decoração. É muito interessante, e faz um bem enorme à cidade, as pessoas passeiam mais pelas ruas, ficam mais alegres", afirma.
Os shoppings, cuja decoração virou tradição, também já entraram no espírito natalino, apesar do tempo que ainda falta para a comemoração da data. "A decoração começa a ser montada bem antes, em novembro, porque queremos dar aos clientes um tempo para entrar no clima. Como o brasileiro deixa tudo para a última hora, quando vem comprar o presente um dia antes do Natal ele geralmente não presta atenção na decoração", diz Presciane Tramontini, gerente de marketing do Shopping Estação. No Shopping Mueller, explica a gerente de marketing Katia Zucoloto, logo após um Natal já se começa a pensar o tema do seguinte, e tudo já está definido em março. "Dá trabalho, mas a gente quer que o cliente se envolva nessa magia muito antes; afinal, Natal só dura um dia", conta.
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