Atualizado em 27/10/2006, às 16h38
A clínica do médico Máximo Asineli, no bairro Boqueirão, em Curitiba, foi assaltada pela segunda vez em 45 dias e a terceira neste segundo semestre de 2006. A última ação dos bandidos aconteceu na madrugada desta sexta-feira. Como nos demais assaltos, foram levados computadores e outros pertences.
"Eles (assaltantes) agem rápido. É coisa de minutos. A revolta não é nem tanto do prejuízo financeiro, mas a sensação de impotência, de falta de segurança", diz Asineli que estima em mais de R$ 30 mil os prejuízos nos três assaltos.
Segundo o médico, a situação não se restringe apenas ao seu consultório. "Outras clínicas médicas e estabelecimentos da região estão sofrendo com os constantes assaltos", relata.
A Secretaria de Segurança do Paraná (Sesp) divulgou que o sistema de segurança utilizado no bairro Boqueirão é modelo para outros bairros de Curitiba. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, o bairro recebeu recentemente um novo módulo móvel da Polícia Militar. A partir de segunda-feira, segundo a Sesp, o módulo permanecerá por duas horas em pontos pré-determinados para esclarecer dúvidas e orientar à população.
A clínica de Asineli que já tinha grades nas janelas, porta pantográfica com cadeados e segurança monitorada vai ganhar nos próximos dias reforço humano para evitar novos assaltos. "Vou contratar seguranças armados para fazer a segurança da minha clínica. Vou ter que fazer o trabalho que era para ser do governo".
"Até pensei em colocar cachorros, mas uma clínica aqui perto fez isso e os animais foram envenenados e a clínica assaltada, não adianta", comenta. "Até os carros dos nossos clientes são levados à luz do dia", completa.
Asineli acredita que os computadores roubados são trocados por drogas e que a inteligência da polícia tem ciência disso, mas está despreparada para prender estes bandidos. Este assalto, assim como os outros dois anteriores, foram registrados pelo médico na delegacia do Boqueirão.
Reforço
Além do módulo móvel, a Sesp afirmou que o bairro recebeu um reforço considerável no efetivo local, já que alguns PMs, dos quase 1.500 recém-formados, foram deslocados para o Boqueirão. Para tentar tranqüilizar os moradores, a Secretaria disse que em breve o projeto de policiamento ostensivo será ampliado na região. A assessoria da Sesp diz ainda que reuniões do Conselho de Segurança no bairro são feitas mensalmente para tentar identificar os principais problemas e, por conseqüência, combatê-los.