Os educadores dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Curitiba fizeram um protesto, na manhã desta sexta-feira (22), contra o um suposto descumprimento, por parte da Prefeitura de Curitiba, no acordo para a realização da hora-atividade -- mecanismo que reserva 20% da carga horárias desses profissionais ao planejamento das aulas. Em nota, a prefeitura informou que a realização da hora-atividade será normalizada a partir do final de junho.
A manifestação paralisou por 50 minutos parte do quadro funcional dos CMEIs de Curitiba. Ela foi realizada alternadamente para que a entrada das crianças não fosse prejudicada. A Gazeta do Povo observou unidades afetadas nas regionais de Santa Felicidade e do Cajuru. Na primeira, segundo educadores ouvidos pela reportagem, 10 das 18 unidades aderiram ao protesto.
“Aqui, temos uma profissional a menos desde o início do ano. Mas, há unidades com até oito profissionais a menos”, reclamou uma educadora, que pediu para não ter o nome divulgado por temer represálias. No CMEI em que ela trabalha, a diretora tem de estar nas salas diariamente para que as educadoras possam passar um dia por semana fora da sala de aula planejando e elaborando as atividades da semana seguinte.
Além de reclamar da falta de trabalhadores concursados, o Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismuc) afirma que a prefeitura está dando “um jeitinho” para fazer cumprir a hora-atividade em algumas unidades. A estratégia seria quebrar o período em que os educadores deveriam ficar fora da sala de aula em várias dias. Mas isso, segundo educadores, atrapalha o planejamento conjunto das equipes.
A entidade também afirma no material distribuído na porta dos CMEIS que há superlotação de crianças nas unidades da cidade.
Outro lado
Em nota, a Prefeitura de Curitiba reiterou que nenhum CMEI deixou de atender as crianças nesta sexta-feira e informou que a adesão à paralisação se limitou a 80 das 199 unidades.
Em relação à principal reivindicação dos servidores - que é a reposição de funcionários -, o Executivo municipal disse que o quadro de profissionais para a atividade com as crianças está completo, mas que houve uma carência ‘circunstancial’ de professores de educação infantil para o chamado quadro volante, destinado a cobrir as substituições de profissionais afastados ou para tratamento de saúde (LTS) ou licença maternidade.
O texto informa ainda que a situação do quadro funcional foi normalizada nesta semana com o retorno ao trabalho de 128 professores que estavam em licença. Isso permitirá, segundo a Secretaria de Educação, o cumprimento de 20% de hora atividade nos CMEIs a partir do fim de junho. A pasta municipal se comprometeu à repassar ao Sismuc, até a próxima semana, a relação dos CMEIs, o número de turmas e os profissionais lotados nas unidades, além do levantamento de possíveis aposentadorias e outros afastamentos.