A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou ontem os resultados dos principais indicadores econômicos do setor agrícola: Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio global, balança comercial e o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). Os dados refletem a crise que o setor atravessa.

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De acordo com a pesquisa realizada pela CNA, em conjunto com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (CNA/CEPEA-USP), o setor registrou queda nos segmentos de agricultura, agropecuária, insumos e distribuição. Em fevereiro, pela segunda vez no ano, PIB mensal negativo de 0,08%. Os resultados acumulados no 1º bimestre de 2006 mostram queda de 0,24% na taxa do PIB do agronegócio global e retração do PIB da agropecuária de 0,58%.

O quadro de redução também se repete no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), que mensura a receita bruta para os 25 principais produtos da agropecuária. O indicador sofreu uma queda de 2,2% em 2006, se comparado ao ano anterior. O VBP cai de R$ 175,1 bilhões de 2005, para R$ 171,3 bilhões para 2006, ou seja, uma retração de R$ 3,9 bilhões no faturamento no setor rural. A queda de preços em termos reais é o principal motivo para essa redução.

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Quando o assunto é exportações, os reflexos da desvalorização do dólar em relação ao real aparecem nos resultados da balança comercial. O comércio exterior do agronegócio registrou saldo de US$ 11,24 bilhões no primeiro quadrimestre de 2006, apresentando resultado 5,9% superior em relação ao verificado no mesmo período de 2005 (US$ 10,61 bilhões). As receitas de exportação cresceram 8,2% no período, alcançando US$ 13,24 bilhões.

Embora os números ainda sejam recordes, as exportações e o saldo externo do setor têm experimentado uma redução nos últimos anos. No mesmo período de 2005, as exportações tinham crescido 14,6% e o saldo 16,7% em relação a igual período de 2004. Esta perda no ritmo de crescimento das vendas externas fez com que a participação das exportações do agronegócio no total das vendas externas brasileiras caísse de 36,4% para 33,8%.