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Trecho de documento da Campanha da Fraternidade 2011, lançada pela CNBBA Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta quarta-feira (9), em Brasília, a 48ª Campanha da Fraternidade, que neste ano adota o tema a "Fraternidade e a vida no planeta – A criação geme em dores de parto".

Apresentada pelo secretário-geral da Conferência, Dom Dimas Lara Barbosa, a proposta de reflexão da Igreja Católica no Brasil busca conscientizar os fiéis sobre os riscos do aquecimento global e as mudanças climáticas, além de "motivar as pessoas a práticas que visem enfrentar o problema e preservar as condições de vida no planeta".

"As enchentes em São Paulo, por exemplo, poderiam ser minimizadas se não houvesse aquela massa de detritos jogadas no rio", exemplifica Dom Dimas, ao citar formas de conscientização presentes na campanha deste ano. "Desastres como o ocorrido na Região Serrana [do Rio] vêm alertar os governos para o problema da ocupação desordenada de encostas" avalia o secretário-geral da CNBB.

Um texto-base de 128 páginas irá detalhar diretrizes da Igreja como a crítica ao agronegócio, uma atividade que, aos olhos da CNBB, "não se mostra preocupada com o meio ambiente". "É a atividade que desperdiça e consome 70% da água doce utilizada no mundo. Os seus fertilizantes, além de contaminarem lagos e rios, já são causadores de zonas mortas nas águas marítimas litorâneas. Nesse modelo, questiona-se o compromisso para com a sustentabilidade da natureza e sua biodiversidade", registra o texto da campanha.

Pré-sal

O petróleo da camada pré-sal, na avaliação da CNBB, "não é essa maravilha toda" e exige o dispêndio de "uma fortuna" para ser explorado. "O programa Pré-Sal exige o dispêndio de fortunas para a extração de um produto altamente poluente", argumenta o texto da CNBB. "A exploração do pré-sal não é essa maravilha toda apresentada pelas propagandas governamentais", segue o documento.

A CNBB também lembra na campanha a ameaça que representam ao planeta as queimadas e desmatamentos. "As estimativas apontam que 50% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil são resultantes das queimadas e desmatamentos."

Já a industrialização, na avaliação da Igreja, também contribuiu para degradar o meio ambiente. "O crescimento econômico e a vida em sociedade baseados na industrialização capitalista e socialista foram alavancados pelas fontes energéticas não renováveis, como os combustíveis fósseis, que emitem grandes quantidades de CO2 e vapor de água, dois dos principais responsáveis pelo efeito estufa."

Papa

A CNBB também divulgou nesta quarta uma carta assinada pelo papa Bento 16 na qual o líder da Igreja Católica manifesta apoio à Campanha da Fraternidade. No documento, Bento 16 fala sobre casamento gay e aborto ao alertar os fiéis para a defesa do casamento "entre um homem e uma mulher" e a "vida humana, desde sua concepção até a morte natural".

"Sem a clara defesa da vida humana, desde sua concepção até a morte natural; sem uma defesa da família baseada no matrimônio entre um homem e uma mulher; sem uma verdadeira defesa daqueles que são excluídos e marginalizados pela sociedade, sem esquecer, neste contexto, daqueles que perdem tudo, vítimas de desastres naturais, nunca se poderá falar de uma autêntica defesa do meio-ambiente", registra o texto assinado pelo Papa em 16 de fevereiro.

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