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Crise

CNBB quer mensaleiros fora da política

Brasília – O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Geraldo Majella Agnello, disse ontem que a corrupção é endêmica e histórica no país e exortou o eleitorado a varrer os mensaleiros e sanguessugas da vida política nacional. "O eleitor precisa estar atento nestas eleições e analisar detidamente a conduta ética para que essa gente não retorne ao parlamento e, também, para não se deixar comprar por promessas e vantagens pessoais", afirmou.

Numa referência à denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra 40 envolvidos no esquema do mensalão, vários deles candidatos nas eleições de outubro, dom Agnello disse acreditar que a Justiça deveria vetar as candidaturas até que o Supremo Tribunal Federal (STF) os julgue. "Talvez eles devessem ser impedidos de se apresentar nesta eleição", disse o presidente da CNBB, referindo-se a mensaleiros e sanguessugas com indícios de culpa bem fundamentados no processo.

A entrevista foi dada por Dom Agnello ao término da reunião anual do Conselho Permanente da CNBB. O cardeal defendeu uma profunda reforma política e eleitoral como a primeira tarefa do novo governo.

Apesar de ver raízes históricas na corrupção há quase 500 anos no país, ele disse achar que isso não absolve o atual governo, que tem usado esse argumento em seu favor. "Nada justifica que a corrupção continue e que o governo e a classe política cruzem os braços. É urgente que a corrupção seja truncada, vencida, para o bem geral do país", enfatizou.

Mas, segundo o presidente da CNBB, o Congresso – e não o governo – é o principal responsável pela manutenção do sistema político propício à corrupção. "Não é um problema exclusivo do governo, mas da sociedade e da classe política em geral", enfatizou.

Já o vice-presidente da CNBB, dom Antônio Celso de Queirós, demonstrou decepção com a falta de programa de governo dos principais candidatos à eleição. "Não se vê um programa coerente, é um falando dos podres do outro. E podre com podre dá podre", ironizou.

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