Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Justiça

CNJ determina que cartórios realizem casamentos gays

Proposta do ministro Joaquim Barbosa foi aprovada por 14 a 1 | Pedro Ladeira/Folhapress
Proposta do ministro Joaquim Barbosa foi aprovada por 14 a 1 (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou ontem uma resolução obrigando todos os cartórios do país a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo, mesmo que não exista lei votada pelo Congresso Nacional sobre o assunto. A proposta foi apresentada pelo presidente do conselho e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, e aprovada por 14 votos a 1.

A maioria dos conselheiros entendeu que a decisão do STF de 2011, ao reconhecer, na discussão sobre a união estável em relações homoafetivas, que casais homossexuais têm os mesmos direitos dos heterossexuais, na prática reconheceu também o direto ao casamento civil.

De acordo com o artigo primeiro da resolução, "é vedada às autoridades competentes [no caso, os cartórios] a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo". Ainda de acordo com o texto, "a recusa prevista no artigo 1.º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis."

O assunto, no entanto, é polêmico, pois está em discussão atualmente no Congresso. No país, alguns estados, entre eles o Paraná, já celebram casamentos civis de casais gays, mas muitos outros afirmam que isso só poderia ocorrer se o Legislativo editasse uma lei específica sobre o assunto.

A única conselheira a votar contra a resolução proposta por Barbosa foi Maria Cristina Peduzzi, para quem a regra não poderia ser estabelecida pelo CNJ sem uma previsão legal.

Controvérsia

Quando o Supremo analisou a união estável entre homossexuais, alguns ministros chegaram a afirmar que, na prática, ao reconhecer a igualdade em relação aos heterossexuais, o tribunal também estava reconhecendo o direito ao casamento civil. Outros, no entanto, argumentavam que o tema não havia sido especificamente tratado e deveria ser avaliado pelo Congresso ou em outra decisão do próprio tribunal.

Segundo o CNJ, a decisão passará a valer a partir de sua publicação no Diário Oficial da União, o que ainda não tem data para ocorrer.

A medida pode ser questionada no STF. Nesse caso, o assunto voltaria a ser discutido entre os ministros.

Dê sua opiniãoO CNJ agiu corretamente ou extrapolou o seu limite de atuação ao permitir o casamento civil homoafetivo?

Deixe seu comentário abaixo ou escreva para leitor@gazetadopovo.com.br Leia as regras para a participação nas interatividades da Gazeta do Povo.

As mensagens selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.