O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) entregou nesta segunda-feira (30) 16 aviões para auxiliar o trabalho de juízes em 11 estados. Segundo o juiz corregedor auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, Marlos Melek, parte das aeronaves pertenciam a traficantes e três delas pertenciam à Fundação Nacional do Índio (Funai).
Os estados que vão receber os aviões são o Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, o Pará, Paraná, Piauí, a Bahia, Rondônia e Tocantins. Eles foram escolhidos para receber as aeronaves por causa das dificuldades de deslocamento enfrentadas pelos juízes. Todas elas estavam em péssimas condições de uso e passaram por uma revisão completa para voltar ao uso.
"Nós convidamos os juízes das causas para que entregassem os aviões ao CNJ e usamos uma visão sistêmica nacional para podermos entregar esses aviões aos tribunais. Eles vão operar as aeronaves com a Polícia Militar para combater o crime organizado", disse. Ele informou ainda que os aviões serão usados de forma compartilhada entre os tribunais.
As aeronaves serão usadas no transporte de juízes para fiscalizar as varas nos estados. Hoje, a fiscalização é feita de carro, o que pode exigir uma viagem de até quatro dias para se chegar a uma cidade no interior de um estado. Com os aviões, o juiz pode ir e voltar no mesmo dia.
Melek disse ainda que uma das aeronaves será usada pelo Corpo Militar de Bombeiros do Mato Grosso do Sul e será equipada com uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). "Esse avião começa a voar no dia 21 de agosto e vai transportar pacientes em estado de UTI. É um convênio entre o Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Corpo Militar de Bombeiros do Mato Grosso do Sul".
De acordo com a corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, "nós estamos fazendo com que esses aviões que serviam ao tráfico, sirvam a Justiça". Ela informou que o CNJ está trabalhando com diversos órgãos em âmbito federal e estadual. "Acho que os órgãos públicos precisam estar unidos, ter objetivos comuns. Dessa forma ficamos mais fortes para combater o crime organizado".
A ministra comparou o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), previsto para começar na próxima quinta-feira (2), ao do ex-presidente Fernando Collor. "Acho que esse [do mensalão] é do mesmo nível", afirmou.
Mensalão foi o nome dado no curso dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios a suposto esquema de compra de votos de parlamentares pelo Executivo, no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O STF julgará 38 réus que constam dos autos do processo, entre eles José Dirceu, então ministro da Casa Civil.
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