Rio de Janeiro - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, alertou ontem, depois de participar da cerimônia de assinatura de um novo modelo de gestão no Instituto Nacional do Câncer (Inca), que a baixa cobertura vacinal na classe mais rica e escolarizada da população aumenta o risco de novos surtos de doenças já erradicadas no País, como a poliomielite. Ele demonstrou preocupação ao repercutir estudo da Santa Casa de São Paulo financiado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).
"Temos que ver o que é que há com essa faixa de renda; talvez uma sensação de que a doença estaria erradicada e que não seria importante manter o calendário de vacinação completo, mas exatamente o que garante a erradicação de muitas doenças no Brasil é uma cobertura vacinal alta", disse.
Para o ministro, os pais têm uma grande responsabilidade para manter a caderneta de vacinação de seus filhos atualizada.
De acordo com o estudo, que analisou 17.749 cadernetas, o porcentual de cobertura vacinal na classe A e na Região Sudeste é de 68,9%. A média brasileira é de 81%, também bem abaixo do que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS): 95%.
Fundações
No Inca, o ministro elogiou o modelo de gestão da instituição, que conta com o apoio da Fundação Ary Frauzino. Ela foi criada há 16 anos para arrecadar fundos públicos e privados de apoio à pesquisa e contratar funcionários pelo regime da CLT.
O projeto do governo, que institui as fundações estatais de direito privado, teria esse mesmo propósito, de agilizar a contratação de pessoal e fazer licitações menos burocráticas.