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Operação Malta

Cocaína escondida em aparelhos eletrônicos

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Um casal de europeus e quatro curitibanos foram presos ontem em Curitiba, pela Polícia Federal, acusados de fazer parte de uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. O grupo escondia cocaína em equipamentos elétricos e mecânicos que eram exportados em navios para a Europa. A operação, batizada de "Malta" em alusão à nacionalidade de um dos acusados, envolveu 40 policiais e é fruto de três meses de investigação, suscitada por informações da Drug Enfor­cement Adminis­tration (DEA), agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas.

Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e um de temporária, expedidos pela 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Segundo a polícia, os líderes da quadrilha são Robert Petroni Duncan, 37 anos, da ilha de Malta, no Mar Mediterrâneo, e sua mulher, a romena Silvia Stanica. Eles foram presos em uma residência com cinco quilos de cocaína que seriam embalados e escondidos em um aparelho de ar condicionado. O casal morava em Malta e visitava regularmente Curitiba para providenciar o envio da droga ao exterior. Silvia teve a prisão temporária decretada pois não havia, até ontem, provas suficientes de sua participação no esquema. Quatro curitibanos, entre eles uma mulher, foram presos em outras quatro residências.

Outros dois acusados já tinham sido detidos em flagrante neste mês pela posse de 13 quilos de cocaína, durante as investigações da PF. De acordo com o órgão, a quadrilha contaria com mais um homem, preso desde maio, quando foi flagrado com 400 micropontos de LSD. Ele, no entanto, não teve o mandado de prisão requerido. Segundo a polícia, os acusados que já estavam detidos eram "contratados" para o transporte da droga, não participavam do planejamento das ações criminosas e nem da divisão dos lucros. Nenhum dos brasileiros teve o nome revelado.

A PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em sete residências usadas pela quadrilha e seis estabelecimentos onde eram comprados os equipamentos. De acordo com o órgão, os proprietários não têm envolvimento com a atividade criminosa. Os acusados vão responder por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico, cujas penas são de 5 a 15 anos de reclusão, acrescidos de um terço; e de 3 a 10 anos de re­­clusão, respectivamente.

Investigação

As investigações foram iniciadas em abril, depois que a DEA, que atua em diversos países, informou a PF sobre a existência de uma rota de tráfico entre Curi­tiba e Malta. Na época, foi apreendido na ilha europeia um pistão de motor que seria usado para esconder cocaína. A polícia conseguiu rastrear a peça até um dos curitibanos presos ontem e passou a monitorá-lo. Durante a investigação, os europeus estiveram duas vezes em Curitiba para reuniões com o braço brasileiro da quadrilha.

O grupo comprava equipamentos elétricos e mecânicos que eram desmontados e recheados com cocaína. Os aparelhos eram, en­­tão, exportados legalmente em navios para a Europa, principalmente para a Ingla­terra. A PF ainda não sabe qual a origem da droga. A prisão foi informada à DEA e às agências antidrogas dos países de destinação final dos entorpecentes.

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