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Painel

Colateral

Motivada pelo caso dos pagamentos feitos a Mônica Veloso, a perícia da Polícia Federal nos documentos de Renan Calheiros acabou por reforçar outra denúncia contra o presidente do Senado: a de que recorreu a laranjas, entre eles Tito Uchôa, para se tornar sócio de emissoras de rádio e jornais em Alagoas. Ao juntar notas promissórias de um empréstimo que tomou da empresa de Uchôa, o peemedebista forneceu munição para o outro processo. A denúncia relativa à propriedade oculta de veículos de comunicação é considerada a mais preocupante pelos aliados de Renan. Não por acaso, foi a única sobre a qual ele até hoje não se manifestou no mérito.

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Mundo da Lua – De Tasso Jereissati (PSDB-CE) para um colega, logo depois de o presidente do Senado ter afirmado na tribuna que o resultado da perícia da PF lhe foi favorável: "O Renan perdeu o contato com a realidade".

Cadê? – O item do relatório da perícia que mais intrigou os senadores é a afirmação de que, desde 2002, é impossível verificar a existência de saque em dinheiro feito por Renan. Vários levantavam a hipótese de que o peemedebista tenha movimentado outras contas.

Salompas – Joaquim Barbosa era o mais incomodado dos ministros do STF no primeiro dia do julgamento do mensalão. Não bastasse a missão espinhosa, o relator padecia de uma dor nas costas que o fez ler seu texto em pé e, depois, ficar circulando no plenário e se alongando atrás da cadeira.

Pós-quarentena – O ex-chefe de gabinete do Ministério da Justiça Cláudio Alencar tomou lugar como assistente do advogado de José Genoíno, Luiz Fernando Pacheco. Alencar foi assessor de Márcio Thomaz Bastos durante todo o período decorrido entre a acusação de Roberto Jefferson e a apresentação da denúncia do procurador-geral.

Rodízio – Na primeira sessão sem Sepúlveda Pertence, os ministros trocaram de lugar no plenário. Alguns brincaram com a novidade: "Amanhã todo mundo vai mudar de posição na hora do julgamento", diziam, na véspera.

Babel – Enquanto o ministro Nelson Jobim (Defesa) anunciava, na Comissão de Infra-Estrutura do Senado, a abertura de processo que deve atingir a diretora da Anac Denise Abreu pelo uso indevido de documentos para liberar a pista de Congonhas, a CPI do Apagão Aéreo da Câmara barrava requerimento que pedia exatamente a mesma coisa.

Estica-e-puxa – À diferença do PSDB da Câmara, a bancada do Senado adotou discurso contrário à prorrogação da CPMF. Os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), presidenciáveis do partido, querem a manutenção da contribuição e, no máximo, partilhá-la com os estados.

Tarefa – Antônio Palocci (PT-SP) aceitou relatar a CPMF na Comissão Especial da Câmara após insistência do Planalto, para quem só ele pode pôr ordem na base e supervisionar o presidente da comissão, Pedro Novais (PMDB-MA), visto com desconfiança por governistas.

Cabo-de-guerra – A base aliada tentava emplacar havia uma semana Sandro Mabel (PR-GO) na relatoria, em mais um capítulo do litígio com o ministro Guido Mantega (Fazenda), que fazia questão de ter um petista no posto.

Imagem é tudo – Após a fracassada tentativa de aprovar a reforma política, lideranças da Câmara traçaram um roteiro para o segundo semestre que inclui emendas contra o nepotismo e o voto secreto dos parlamentares.

In loco – A Câmara pretende nomear comissão externa para que deputados visitem hospitais em situação crítica devido à greve em Alagoas.

TIROTEIO

* Do deputado Rafael Guerra (PSDB-MG), presidente da Frente Parlamentar da Saúde, sobre a greve de médicos e funcionários de hospitais que atingiu estados como Pernambuco, Paraíba e Alagoas.

– A crise no Nordeste é o primeiro sintoma do colapso na saúde que se avizinha do país.

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