No Colégio Estadual Vicente Rijo, o maior de Londrina, no Norte do Paraná, a destinação de banheiros alternativos para alunos homossexuais que se sintam constrangidos em usar os banheiros convencionais está causando polêmica. Uma matéria do Paraná TV 1ª edição de terça-feira (7) mostrava dois alunos que diziam preferir usar os banheiros alternativos do colégio para evitar constrangimentos.
Um deles, de 17 anos, relatou que "os meninos ficavam olhando de cara feia". Ao tentar usar o banheiro feminino, ele acabou retirado pela inspetora. "Ela me pediu para usar o banheiro dos professores, para evitar constrangimento das meninas", disse o estudante.
Apesar dos depoimentos, o diretor geral do colégio, José Donizetti Brandino Oliveira, nega a existência dos banheiros. De acordo com ele, há dois anos, houve o caso pontual de dois estudantes homossexuais que se disseram "ter receio" de usar o banheiro masculino e ele autorizou que usassem o da biblioteca, que só funcionava no período da tarde.
"Eram alunos do ensino médio, um do matutino e um do noturno. Mas essa situação não durou nem um ano. Começamos um trabalho contínuo de conscientização com psicólogos e educadores, que passou a fazer parte do nosso projeto político pedagógico. Hoje esse banheiro não existe mais", garante.
Donizetti não acredita que a medida foi segregacionista e diz que faria novamente, caso necessário. "Eu faria de novo, mas não é uma coisa que partiria de mim. Deve partir do aluno. Se eu for procurado, não vejo problema." Minutos depois da saída do JL, o diretor admitiu à equipe da RPC TV que o espaço continua lá e pode ser usado "quando houver necessidade". "O banheiro está lá e pode ser utilizado por qualquer pessoa que se sentir constrangida, não só homossexuais."
Em entrevista ao Paraná TV, o secretário estadual de Educação, Flávio Arns, disse desconhecer a existência dos banheiros alternativos e acredita que a medida é contrária a uma política de respeito e inclusão. "Consideramos como completamento desnecessário. Não é importante. Nós temos que criar na escola um clima de respeito e diversidade."
A chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE), Lúcia Cortez, passou o dia em visita a cidades da região, com o governador Beto Richa e o secretário de Educação Flávio Arns, e não pôde atender a reportagem.