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Colégio de SP pede desculpas pelo vazamento de informações dos alunos

Alunos e diretores do colégio Bandeirantes, um dos mais tradicionais de São Paulo, se reuniram na tarde desta quinta-feira (19) por causa do vazamento de informações sigilosas de professores e orientadores feitas entre 2007 e 2012. Os dados foram parar nas redes sociais e um aluno, que postou um vídeo ensinando os colegas a acessar o conteúdo, foi suspenso.

Segundo alunos da escola, cerca de 150 pessoas participaram dessa reunião, entre diretores, professores e estudantes. Eles contaram que a direção se desculpou pelo ocorrido e que deve divulgar comunicado oficial com pedido de desculpas. Em alguns casos, também procuraria os pais para entendimento.

“Foi melhor do que imaginávamos. A direção assumiu seu erro no sentido de não ter protegido os dados, mas também observou que os alunos não deveriam ter incentivado os colegas a buscar pelas informações. Achei que tiveram postura de Primeiro Mundo”, contou um aluno.

Outra criança comentou que o colega, do último ano do ensino médio, não penetrou o sistema.

“Há a suspeita de que houve uma falha no site da escola. É que a escola mudou o sistema na virada do ano e alguns documentos ficaram em áreas descobertas”, explicou um estudante. “Um aluno descobriu e o assunto começou a circular na escola no final da semana passada. O que esse colega fez foi alertar os amigos que informações sobre eles estavam acessíveis. Fez isso para avisá-los”.

Segundo a Folha de S. Paulo, o problema é que nas atas vazadas continham informações pessoais de alunos e ex-alunos. Entre as informações divulgadas estão dados familiares e diagnósticos médicos. Há também comentários dos professores sobre o comportamento e a fama dos alunos.

“Tem olheiras, boca de ódio, tem cara de criança de filme de suspense”, informam anotações sobre um estudante da antiga quinta série (atual sexto ano).

“Mas, na grande maioria, os comentários são pertinentes. Cerca de 99% eram informações relevantes. Mas, sim, haviam alguns comentários mais pejorativos. Por isso, a escola iria entrar em contato com a família desses estudantes”, ponderou um outro estudante ao O Globo.

Alunos contaram que um grupo pensou em protestar, vestindo preto e boicotando as aulas do dia. Mas, nada disso aconteceu, uma vez que a direção se posicionou rapidamente. De acordo com eles, as aulas transcorreram normalmente.

Uma aluna explicou ainda que a escola ficou sabendo do episódio no domingo à noite, quando os pais de uma estudante descobriram que a filha acessava as informações sigilosas. O colégio retirou a área que estava livre do ar.

“Acho que o episódio nos faz discutir o assunto. Muita coisa que se fala, não se escreve. Entendo que há comportamentos de alunos que são inadequados, inclusive. E que os professores conversem a respeito. Mas alguns comentários eram desnecessários e não tinham de ser transcritos”, comentou a mãe de um estudante, que não pretende levar o caso adiante, tirando o filho da escola, por exemplo. “Ele gosta do colégio e achou que a explicação e o pedido de desculpas da direção foi adequado. Dos comentários mais pejorativos, alguns foram feitos por professores que nem lecionam mais lá. Quero que o colégio tenha mais cuidado com essa troca de informações”.

De acordo com a Folha de S. Paulo, a escola ainda apura se houve invasão ou falha técnica do sistema e estuda mover uma ação contra a família do aluno suspenso.

O colégio Bandeirantes fica na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista, e teve a quarta melhor avaliação entre as escolas de São Paulo no Enem 2013.

As mensalidades no ensino médio custam cerca de R$ 3 mil. A escola tem em sua grade curricular a disciplina de ética e cidadania digital ministrada por uma advogada.

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