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Direção do Colégio Santo Agostinho e Polícia Civil do Rio investigam divulgação de montagens feitas por estudantes, usando IA para forjar nudes de alunas.
Direção do Colégio Santo Agostinho e Polícia Civil do Rio investigam divulgação de montagens feitas por estudantes, usando IA para forjar nudes de alunas.| Foto: Colégio Santo Agostinho/Facebook

A Polícia Civil do Rio de Janeiro e a direção de um colégio católico de elite estão apurando denúncias feitas por pais de alunas da instituição sobre manipulação digital de fotos. De acordo com as famílias, alunos teriam usado uma ferramenta de inteligência artificial para colocar o rosto das estudantes de 14 a 16 anos em fotos de modelos nuas, e estariam espalhando as imagens em mídias sociais. De acordo com o jornal O Globo, cerca de 25 alunas teriam sido vítimas das montagens, que começaram a ser divulgadas na última sexta-feira. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, os responsáveis pelas montagens seriam alunos do 7.º ao 9.º ano do ensino fundamental do Colégio Santo Agostinho, no bairro carioca da Barra da Tijuca.

Entrevistada por O Globo, a mãe de uma aluna afirmou que um dos estudantes responsáveis por divulgar as imagens manipuladas teria dito que ele não seria punido por ser “branco e rico”. “As meninas estão tendo crise de ansiedade e chorando. (...) Esses alunos continuam na mesma sala delas e elas estão tendo que conviver. Eles tiram sarro da situação”, afirmou a mãe. As famílias estão particularmente preocupadas com a possibilidade de as imagens serem publicadas em sites de conteúdo erótico e em possíveis repercussões para a vida das estudantes. “Não sei onde essa foto da minha filha foi parar. Ela terá que guardar para sempre o registro de ocorrência. (...) No futuro, alguém do trabalho dela pode receber alguma gravação ou foto e achar que realmente é ela. Como ela ficará? Ela precisa de provas que mostrem que ela não está vendendo conteúdo adulto ou algo do tipo”, disse a mãe.

As famílias das estudantes vítimas da manipulação de imagens esperam que o Colégio Santo Agostinho expulse os alunos que fizeram e divulgaram as montagens. A escola informou a ambos os jornais que que está apurando os fatos e que adotará as medidas previstas no regimento escolar, sem no entanto detalhar quais são as penalidades possíveis neste caso. Em 2018, a Lei Rose Leonel incluiu no Código Penal o artigo 216-B, que pune com seis meses a um ano de prisão quem “produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes”, bem como fazer “montagem em fotografia, vídeo, áudio ou qualquer outro registro com o fim de incluir pessoa em cena de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo”. Como os alunos investigados são menores de 18 anos, eles não estarão sujeitos à pena prevista na lei; no entanto, se ficar comprovada sua responsabilidade, o artigo 932 do Código Civil prevê a possibilidade de os pais terem de arcar com possíveis reparações.

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