Câmera no pátio do Colégio Ipê Roxo, em Foz do Iguaçu: sistema foi instalado após tiroteio na porta da escola| Foto: Fotos: Christian Rissi/Gazeta do Povo

Na rede privada, monitoramento já é realidade há cinco anos

O monitoramento por câmeras de vídeo já é uma realidade nas escolas privadas há pelo menos cinco anos, segundo o vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Paraná (Sinepe-PR), Jacir Venturi. Os equipamentos estão instalados nos pátios e corredores, próximo às catracas de entrada e saída, na área da administração e nas quadras de esporte. Venturi conta que a vigilância se tornou um componente importante na hora dos pais escolherem o colégio dos filhos. Algumas escolas chegam a disponibilizar o acesso das imagens pela internet. Graças a esta tecnologia, pais e responsáveis podem acompanhar os filhos em tempo real pelo computador, de casa ou do trabalho, enquanto eles estiverem nas áreas de uso comum.

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A vice-diretora da escola, Maria Inês Sandoval: imagens já ajudaram a identificar e punir alunos que cometeram atos de vandalismo
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Foz do Iguaçu - A preocupação com o avanço da violência dentro e fora das salas de aula pode levar o Paraná a criar uma espécie de "Big Brother" escolar. Um projeto de lei em análise na Assembleia Legislativa propõe a instalação de câmeras de vídeo em todas as 2.148 escolas da rede estadual de ensino. O objetivo é garantir a segurança de alunos e professores, coibir o consumo de drogas, cigarros e bebidas, e combater a ação de vândalos.

A vigilância com o auxílio de câmeras já é realidade há quase um ano no Colégio Estadual Ipê Roxo, em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado. O sistema que mostra a movimentação no pátio, no laboratório de informática e no portão foi instalado depois que dois estudantes, um deles de 12 anos, dispararam vários tiros em frente ao colégio. O tiroteio foi motivado por uma desavença entre grupos rivais. Preocupados com a segurança dos filhos, os pais dos alunos decidiram investir no projeto, financiado com recursos próprios da Associação de Pais e Mestres.

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Segundo a vice-diretora da escola, Maria Inês Sandoval, a experiência carrega vantagens e desvantagens. Ela diz que, após a instalação da vigilância eletrônica, não houve mais nenhum registro de violência ou ameaça a alunos e professores. Autores de casos de vandalismo também puderam ser identificados graças às imagens do circuito. "Alguns alunos pensaram que os equipamentos não funcionavam e foram flagrados. Mas com a ajuda da gravação, eles foram identificados e punidos", conta. Mas, segundo ela, para inibir totalmente as ações de depredação do patrimônio público é preciso trabalhar a conscientização dos estudantes. "Falta educação. Alguns acham bonito serem filmados destruindo a escola e acabam usando as câmeras para se exibir."

Aluna da 8ª série da Escola Ipê Roxo, Fernanda Silveira Martins diz que a vigilância constante não é um incômodo. Ela acredita que este tipo de controle é importante porque garante mais segurança. Para Fernanda, se mais escolas adotassem o método, a criminalidade que invade o pátio dos colégios certamente diminuiria, assim como a circulação de pessoas estranhas. "A gente nem percebe que está sendo observado. Só se incomoda quem vem para a aula mal intencionado. E, sabendo que pode ser flagrado, de repente pense duas vezes antes de fazer alguma coisa", afirmou.

"Tranquilidade necessária"

Na justificativa do projeto 140/09, o deputado estadual Antonio Belinati (PP), autor da proposta, chama a atenção para o aumento da violência "provocado pelo comércio de drogas e bebidas alcoólicas" e cita casos como o assassinato da professora Sílvia Regin da Silva, em dezembro do ano passado, no pátio de uma escola pública de Almirante Tamandaré, na região de Curitiba. Belinati alega que a instalação das câmeras "devolverá a tranquilidade necessária para a direção, professores, funcionários e para a maioria dos bons alunos que vão à escola para estudar e não praticar vandalismo ou violência". Segundo a assessoria do parlamentar, ainda não há um estudo sobre quanto custaria a instalação das câmeras.

Em todo o país há vários exemplos de ações semelhantes. No Rio Grande do Sul, o monitoramento eletrônico vem ajudando a combater o vandalismo e coibir os casos de agressão nas escolas da cidade de Erechim. Já na Bahia, a prevenção faz parte do programa de governo que implantou a Patrulha Escolar na área de abrangência de Salvador e região metropolitana. A fim de reforçar a segurança, o governo baiano também pretende instalar câmaras de vigilância em todas as 1,7 mil unidades de ensino do estado. O mesmo projeto está sendo analisado em Alagoas.

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A instalação de câmeras de vigilância pode reduzir os casos de violência em escolas públicas?

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