O consultor educacional Renato Casagrande concorda que a separação dos alunos em unidades diferentes, para obter uma posição melhor no ranking do Enem, distorce os resultados. Mas, segundo ele, as primeiras colocadas do Paraná estariam bem posicionadas mesmo se fosse considerado o total de alunos matriculados.“Esses grupos talvez não conseguissem uma posição no topo, mas geralmente essas escolas já têm uma qualidade perceptível de forma subjetiva pela sociedade”, avalia.
Veja, escola por escola, o resultado do Enem
O Enem consegue verificar o impacto da instituição de ensino no aprendizado dos estudantes?
Parcialmente. Em primeiro lugar, o Enem é historicamente um exame que pode ser feito de forma opcional pelo aluno. Em tese, o exame não avaliaria a escola, mas os alunos. Mas, como ele se tornou porta de entrada para programas de educação profissional e superior, a adesão hoje é maciça e o Enem passou a representar um universo maior dos estudantes das escolas brasileiras. Com isso, hoje ele representa mais a escola também.
Esses grupos talvez não conseguissem uma posição no topo, mas geralmente já têm uma qualidade perceptível de forma subjetiva pela sociedade.
O fato de as escolas separarem os alunos em unidades diferentes pode distorcer de tal maneira o resultado do Enem que inviabilize o exame como ferramenta de avaliação?
Esse é um problema que acontece muitas vezes e que o MEC tem identificado, escolas que inscrevem alunos em uma ou outra unidade e com isso acabam maquiando os resultados. Por isso hoje temos o cuidado de observar todas as notas de um grupo e não de uma unidade X ou Y representando a escola. Mas minha experiência tem mostrado que escolas que tradicionalmente são avaliadas positivamente pelos pais são também as que obtêm os melhores resultados do Enem.
No Paraná temos dois grandes grupos que ficaram muito bem posicionados no Enem: o Positivo e o Dom Bosco. Nos dois casos, unidades menores dessas marcas aparecem no topo do ranking, enquanto aquelas com mais alunos apareceram embaixo.
Essas escolas têm projetos diferenciados em determinada unidade, com menos alunos e aulas em período integral. Com isso, os estudantes têm obtido resultados melhores. Eu acho que seria mais fidedigno avaliar todas as unidades juntas. Muitas vezes o pai avalia o grupo com base na escola que tem um projeto diferente e matricula seu filho em uma unidade tradicional da marca. Esse tipo de separação acaba distorcendo o resultado, mas não é por isso que vou tirar o mérito do Enem.
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