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Coleta do Lixo que não é Lixo recua 11%

A ação mais estruturada de catadores e outros profissionais que lidam com lixo reciclável pode ter impactado no volume da coleta oficial. | Diego Pisante / Agência de Notícias Gazeta do Povo
A ação mais estruturada de catadores e outros profissionais que lidam com lixo reciclável pode ter impactado no volume da coleta oficial. (Foto: Diego Pisante / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

Pela primeira vez em uma década houve redução no volume recolhido pelo caminhão do Lixo que não é Lixo em Curitiba. A notícia pode ser boa ou ruim. Pode significar que menos resíduos foram separados para a reciclagem e foram parar no aterro. Mas também pode ser que a população esteja gerando menos lixo. Uma terceira possibilidade: as redes não oficiais de coleta (como os catadores) estão trabalhando mais e deixando menos material para ser recolhido pelo caminhão.

A quantidade de resíduos coletados pelo Lixo que não é Lixo caiu de 33 mil toneladas em 2013 para 29,4 mil em 2014 – redução de 11%. O volume também é menor do que o de 2012. Mas, verdade seja dita: atualmente, o curitibano separa muito mais lixo (e entrega para os meios oficiais de coleta seletiva) do que há alguns anos – a quantidade dobrou em relação a 2008.

Entre os fatores que costumam influenciar no volume gerado de resíduos está a movimentação econômica. Em períodos de recessão ou emprego em baixa, o consumo cai, principalmente em bens supérfluos. O setor de embalagens, que gera muito lixo reciclável, costuma ser um indicador do momento econômico. Outro aspecto que pode ter pesado no decréscimo da tonelagem do Lixo que não é Lixo é a ação mais estruturada e planejada dos catadores e outros profissionais que se dedicam a buscar produtos a serem reaproveitados. Sabendo o dia e horário em que o caminhão “oficial” vai passar, alguns grupos se organizaram e percorrem as ruas antes, escolhendo o lixo mais valioso.

A Secretaria de Meio Ambiente não dispõe de dados sobre a coleta não oficial, mas reconhece que há estruturas organizadas, com caminhão e tudo, que aproveitam o calendário de dias e horários do Lixo que não é Lixo para vasculhar o material deixado pelos moradores em busca de resíduos rentáveis. E complementa que nada há de ilegal nisso. Cerca de 70% do material reciclável na capital é coletado pelo sistema não oficial.

Convencional

Por outro lado, o volume do lixo convencional aumentou em 2014 na mesma proporção dos últimos anos – foi de 499 mil toneladas em 2013 para 511 mil no ano passado. Assim, os gastos municipais com a destinação de resíduos seguem em alta. Em 2014, somente com o recolhimento de lixo e o depósito no aterro, a prefeitura gastou R$ 137 milhões. Tanto em termos de economia aos cofres públicos como em ganhos ambientais, seria importante reduzir o volume do lixo convencional.

Mesmo com a redução na quantidade recolhida pelo Lixo que não é Lixo, a despesa anual cresceu por causa de fatores como o reajuste anual do valor pago pela prefeitura à transportadora (Cavo)– de R$ 19 milhões em 2013 para R$ 21 milhões ano passado.

A reportagem tentou apurar se aumentou a coleta dos catadores, mas não há entidade que quantifique o volume.

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