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Adilson Alves

Considerações sobre o “internetês” e um pouco mais

Bato em tecla gasta, mas não posso deixar de comentar uma questão que preocupa alguns leitores e, imagino, muitos pais e mães deste Brasil afora: o uso do "internetês" não acaba prejudicando os adolescentes? Será que o uso excessivo de "aki", "td bm", "axo" não trará dificuldade quando eles tiverem de lidar com textos escritos em registros da língua padrão?

O assunto é pertinente, sem dúvida. E bastante produtivo do ponto de vista acadêmico, haja vista o número significativo de pesquisas que estão surgindo em todo o país. A maioria, se não cometo falso juízo, tem demonstrado que não há razões para pais e educadores entrarem em pânico. No entanto, não custa lembrar que "o uso excessivo" seja lá do que for quase sempre traz prejuízos. Se um adolescente faz uso excessivo do "internetês", significa que está ficando muito tempo em frente do computador e pode estar deixando de lado outras coisas importantes nessa fase da vida.

Aqui, gostaria de enfocar menos o uso do "internetês" e mais um equívoco que podemos flagrar facilmente nessa questão, qual seja, o de que antes da internet e suas mil e uma possibilidades de linguagem os adolescentes tinham um bom desempenho no uso da língua padrão. Isso não é verdade. Para ser justo, cabe assinalar que o problema se estende a boa parte dos brasileiros, e não somente aos adolescentes.

A questão é velha: a escola, não obstante muitos avanços, ainda tem dificuldade de criar condições adequadas para que os estudantes transitem pelos mais variados gêneros de linguagem, incluindo evidentemente os que exigem o domínio da língua escrita padrão. Realizada essa tarefa, o "internetês" deixará de trazer preocupações desnecessárias e finalmente poderá ser compreendido como uma linguagem necessária e eficiente.

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