Direto ao ponto: a forma correta é "melhor preparado" ou "mais bem preparado"? Vejamos duas frases para que a decisão fique mais fácil: 1) Dirigentes afirmam que João é o técnico mais bem preparado para treinar o clube. 2) Dirigentes afirmam que João é técnico melhor preparado para treinar o clube. Qual soa melhor?
Eis uma questão fácil de responder: as duas formas estão corretas, são vernáculas, são formas cultas da modalidade escrita da nossa língua. Trata-se de uma questão que pode ser resolvida de ouvido. Literalmente. Soou bem? Ponto final.
O problema é que muitas pessoas interpretam erroneamente o que dizem alguns dos nossos melhores estudiosos da língua. De fato, parece haver consenso na indicação da forma "mais bem" diante de adjetivos-particípios (preparado, educado, informado etc.). Mas vejam bem: trata-se de uma indicação (do tipo: é preferível). Talvez por causa da interpretação que fazemos, a construção "mais bem + adjetivos - particípios" seja hoje predominante em textos escritos, sobretudo nos mais monitorados. Sendo assim, é mais provável que encontremos estas construções: "jogadoras mais bem preparadas do país" e "aluno mais bem informado da sala", e não estas: "jogadoras melhor preparadas do país" e "aluno melhor informado da sala". Frise-se, porém, que todas estão corretas.
Ora, diante de duas alternativas corretas não deveria haver o menor sinal de pânico. Certo? Errado. Infelizmente, faz parte da nossa tradição escolar (mas não apenas da escolar) trabalhar com o certo e o errado. E o pior: de ler mal o que se escreve sobre língua. Aí, o que poderia ser uma discussão interessante sobre as possibilidades da nossa língua vira uma questão de polícia, um debate com facas nos dentes. Nem a nossa mãe escapa.
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