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Ficou dito na coluna anterior ("Corretôris ortográficus") que lapsos de ortografia são raros em textos de pessoas com boa escolaridade, razão por que elas, no geral, não precisam de um corretor ortográfico, entenda-se, de um profissional especializado nessa área. O Word, por exemplo, tem uma boa ferramenta para pegar erros de ortografia, e um bom dicionário, frise-se, é indispensável para dirimir dúvidas.Por outro lado, o trabalho dos revisores de textos continua sendo imprescindível. A razão é simples: quem escreve não consegue enxergar o próprio texto em sua totalidade. Falta-lhe o olhar de fora, que procure detalhes, que vá às minúcias. Daí a necessidade de um olhar "mal-intencionado", cheio de "segundas intenções", que mantenha a distância exata para capturar deslizes. Às vezes cometemos lapsos que, uma vez mostrados por outra pessoa, se tornam tão óbvios que temos dificuldade de acreditar que fomos nós que o fizemos.

Não se conclua do que se disse que o exercício de revisar o próprio texto (autorrevisão) seja batalha perdida. Não é. E deveria ser uma prática adotada desde os primeiros anos de escola nas aulas de língua portuguesa. É importante que os alunos aprendam a fazer esse exercício de afastamento, de revisor da própria escrita, de crítico de sua produção. Afinal de contas, a regra é que não contemos com revisores para passar o pente-fino no nosso texto toda vez que escrevemos.

Infelizmente, são raras as situações em que o estudante é estimulado a voltar à própria produção para tentar melhorá-la. Quase sempre recebe o texto já corrigido e com a devida nota. O ponto final, digamos assim, é dado pelo professor, o que contraria todas as práticas reais que temos com a escrita.

O papel de professores e revisores deve ser de parceria e não de coautoria.

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