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Sucessivas avaliações, com metodologias diferentes, têm demonstrado que uma porcentagem considerável dos alunos brasileiros de escolas públicas lê mal – ou no mínimo abaixo do desejável. É verdade que houve melhoras. Relatório preliminar do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2009 mostra que a educação brasileira evoluiu 33 pontos entre os exames realizados no período 2000-2009. Em 2000, a média brasileira das notas em leitura, matemática e ciências era de 368 pontos. Em 2009, a média subiu para 401 pontos. Embora não se possa ignorar essa informação, é recomendado que faça parte dessa conta o dado de que estávamos muito mal e agora estamos apenas ruins.

O mesmo relatório traz uma informação que não pode ser lida como um mero detalhe: existe uma relação intrínseca entre professores bem-remunerados e o desempenho dos alunos na leitura – e nas outras áreas, é claro.

Não é para menos. Ser bem qualificado é caro. Por mais que tenham cursado uma excelente instituição de ensino superior, os professores sabem que a prática do magistério exige um investimento permanente na busca de novos conhecimentos. As pesquisas na área de língua portuguesa, por exemplo, trazem novidades todos os dias. Publicam-se dezenas de obras literárias e obras técnicas todos os anos. E elas custam dinheiro. A preparação de boas aulas consome tempo e exige dos professores que estejam bem dispostos. Isso implica naturalmente aumento generoso no tempo de pesquisa (hora-atividade) dos docentes e aumento salarial hipergeneroso.

Podemos até comparar magistério com sacerdócio, mas desde que fique claro o aspecto mundano da profissão. Ensina-se melhor quando se é reconhecido como profissional bem-sucedido. E não como alguém que, por não saber fazer nada, vai para uma sala de aula para fazer um bico.

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