Os donos de bicicletas aproveitam qualquer poste, grade ou seja lá que estrutura for para deixar suas "magrelas" em segurança. O dono da bike da foto, porém, resolveu usar o poste que segura uma placa que indica parada de carros da Polícia Militar. Parecia até que a bicicleta dele era uma viatura oficial. Para quem não sabe, a Guarda Municipal de Curitiba conta com esse tipo de transporte em sua estrutura. É certo que exige esforço, mas ao mesmo tempo é agil para circular entre pessoas e carros.
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Conversa afiada
Cansei de ser dondoca
Em 8 de março, Dia da Mulher, a tribuna da Câmara Municipal de Vereadores pertence a Liamir Santos Hauer, 87 anos, ex-primeira-dama de Curitiba. Extrovertida e iconoclasta, ela passou de socialite badalada a escritora temida. Em livros como O circo, lançado nos anos 2000, exercitou seu talento de memorialista indiscreta. Nunca mais saiu de cena.
O que significa a homenagem da Câmara dos Vereadores?
A mais importante que recebi. Agora sou homenageada por mim mesma e não por bajulação. Podiam ter chamado a Flora [Munhoz da Rocha], muito mais famosa do que eu.
A senhora era considerada avançada para sua época...
Puxei a meu pai, Dario Nogueira Santos, um sujeito que foi acusado de comunista e integralista ao mesmo tempo. Pode? Quando meu marido [Ernani Santiago] virou político foi como se amarrassem minha perna. Tive de me policiar. Com 40 anos me separei e rasguei a fantasia. Cansei de ser dondoca. Sou aquariana, o que vou fazer?
Deve ter dado um jeito...
Ainda nova, eu me vestia de homem para poder sair de casa à noite e visitar um parente. Se entrasse no cemitério vestida de mulher iam dizer que eu era amante do coveiro.
Qual o segredo da vitalidade de Liamir?
Também me pergunto. Não uso óculos e dirijo há 70 anos. Um grupo de homens já parou para aplaudir ao me ver estacionar o carro.
Você gostaria de ser homem?
Sim. Tudo o que é complicado ficou para a mulher. O mundo acabava depois do Adão se homem tivesse de usar absorvente.
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Antes de abrir
Como faz todos os dias, o dono de uma distribuidora de doces do centro de Curitiba lava, antes de abrir, todas as calçadas no entorno de seu estabelecimento ele tem o azar de estar localizado numa esquina. A razão? Tentar reduzir o cheiro de urina deixada pelos "porcos" da noite. Ontem cedo ele repetia essa rotina, enquanto logo abaixo o dono de uma loja de roupas e acessórios para skatistas se esforçava para retirar uma pichação, também feita durante a noite.
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Após a greve
Os seguranças de um carro-forte da empresa Brinks (B89 725) que passava pela Praça Rui Barbosa distribuíam beijos e desenhavam corações pela janela para as moças que aguardavam na fila do ônibus, no fim da tarde de quinta-feira. Será que tamanha felicidade é reflexo do recente aumento salarial de 5,8% após 6 dias de greve?
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"A morte não desmorona Castelos edificadossobre os alicerces da honra."
João Darcy Ruggeri, advogado e escritor paranaense.