• Carregando...

"É lamentável que, às vezes, seja preciso morrer para ter seus méritos reconhecidos."

João Darcy Ruggeri

O bem-te-vi no retrovisor desse caminhão estacionado no pátio de uma concessionária, na Linha Verde, é mais uma mostra de como aves e animais silvestres estão mudando seus hábitos e se transformando em seres urbanos. As causas são bem conhecidas: o habitat natural desses animais é constantemente agredido, o que os obriga a procurar as cidades, onde a comida é mais farta e os inimigos naturais inexistem.

* * * * * *

Conversa afiada

Doutor "Vardo" do bosque

O paranaense Waldevino da Silva, 54 anos, é um sertanejo. Mas se viu expulso do campo em meio à crise das lavouras de café, na década de 70. Em Curitiba, não deu outra, virou jardineiro e já soma 27 anos de serviços prestados à Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Atualmente, está na equipe do Bosque Alemão, no Jardim Schaffer. Ali, é o "Vardo", um botânico sem diploma.

Você gostaria de ter estudado?

O canudo é o que vale. Quem não tem estudo fica num canto. Mas tem quem só saiba na caneta. Sou criado no mato e não conheço ciência. Aprendi olhando. Mesmo assim, a gurizada da faculdade se impressiona com as coisas que eu falo.

Quantas espécies de árvore o Bosque Alemão tem?

Entre 40 e 50. Aquele ali é um leiteiro. Olhe o cedro, a canela, a caroba. E a canjarana, árvore de terra de cultura. Pede mata fresca. O pessoal do Meio Ambiente fala o nome científico, mas é muito difícil de guardar.

Dá para identificar os pássaros?

Só de ouvir cantar. Ói... o sabiá faz o barulho contínuo. O bem-te-vi é esse a aí, tá ouvindo? Gosto muito da alma-de-gato, passarinho de rabo comprido. Sou meio bicho. Nunca fico doente – só gripado. O tempo de Curitiba, o senhor sabe.

Vamos trabalhar num escritório?

Nunca. Aqui no bosque ainda subo nas árvores. Não tem remédio.

* * * * * *

Gargalo no trânsito

Um dos pontos de maior confusão no trânsito de Curitiba está na frente do Shopping Mueller. Vários ônibus têm ponto ali e depois precisam passar para as faixas da esquerda, enquanto boa parte dos carros quer virar à direita, na Inácio Lustosa. Sugestão de um leitor à Urbs: mudar aquele ponto para quadra seguinte e transferir o ponto final das linhas que param na Travessa Moreira Garcez para a Praça 19 de Dezembro. Não é má ideia.

Juros baixam, mas...

Na febre da venda de carros, ainda sob influência de IPI reduzido, o sistema financeiro continua exorbitando na cobrança das chamadas Taxas de Abertura de Crédito, com valor entre R$ 550 e 850 por financiamento. O curioso é que algumas operadoras insistem na cobrança até mesmo quando são feitas duas operações na mesma financeira. A Justiça recentemente concedeu liminar, em ação civil pública proposta pelo Procon-PR, proibindo os bancos de cobrar a TAC.

Que conta é essa?

Jovem tentava comprar um par de tênis, bem bonito até, mas de uma dessas marcas de "segunda linha". Ele queria pagar à vista e exigia um desconto, já que o preço de R$ 69 podia ser parcelado em três vezes no cartão de crédito. Foi informado de que não, não havia como dar desconto, porque o preço já era promocional. O rapaz ponderou que a loja estava perdendo no mínimo o valor da taxa da operadora. Mas não obteve o desconto. E não levou o tênis.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]