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CENA VISTA na quinta-feira à noite. Uma moça caminhava pela Avenida Visconde de Guarapuava, atrás do Castelinho do Batel, quando teve a bolsa tomada por um rapaz. Eram 19h30, e ela gritou por socorro. Nisso um Gol cinza que passava parou sobre a calçada, nos fundos do Castelo. Saíram dois homens com pistolas em punho, identificando-se como policiais e mandando o rapaz parar. Quem andava pela rua no momento da ação ficou com medo de um tiroteio. Teve gente se escondendo atrás dos carros, com medo de levar bala...

... QUEM ASSISTIU à cena desde o início viu que os ladrões estavam em três. Um abordou a moça, outro estava a três passos dele e um terceiro estava do outro lado da rua. O primeiro foi preso, reagiu e levou chutes e safanões, que normalmente seguem um caso de flagrante como esse – não que seja correto fazê-lo, por certo não é, mas é corriqueiro –; o segundo foi apenas revistado. Como não tinha arma, foi liberado.

O SEGUNDO rapaz assistiu à cena perto do terceiro. Os dois saíram caminhando pela Bento Viana e, dois minutos depois, chegaram com outros dois. O contraste era claro: enquanto os dois primeiros vestiam roupas velhas e aparentavam pobreza, os outros dois tinham o jeito da classe média do Batel. Vestiam tênis reluzentes e jaquetas novas e limpas – daquelas grandes, que podem estar escondendo qualquer coisa embaixo. Acompanharam a ação por mais alguns minutos e depois retornaram à vida normal. Pobres dos vizinhos.

ONDA HÁ concentração de gente, a tendência é que os bandidos também se apresentem. Na noite de quinta-feira havia um evento rolando no Castelo do Batel e outro na Primeira Igreja Batista, em frente. Muitas vítimas em potencial para a rapaziada do crime.

HOUVE UM TEMPO em que, para muitos, a idéia de tranqüilidade poderia ser ilustrada com imagens de uma cidadezinha nos confins do Himalaia ou uma ilha na Polinésia. Pelo noticiário dos últimos dias, dá para riscar esses lugares da lista. Kathmandu, no Nelpal, não é bem uma cidadezinha – tem 1,5 milhão de habitantes, é pouco maior do que Curitiba –, mas é capital do Reino do Nepal. A agitação política está fazendo do local uma grande encrenca, com uma forte pressão para que o rei Gyanendra deixe o poder.

NAS ILHAS SALOMÃO, no Pacífico Sul, protestos contra a eleição do primeiro-ministro, Snyder Rini, levaram mais de 2 mil pessoas às ruas na capital, Honiara (que tem apenas 49 mil habitantes). As manifestações foram tão violentas que o governo pediu a presença de tropas da Austrália e das Ilhas Fiji, países vizinhos, para controlar a situação. Não existe mesmo paraíso na Terra...

... E NEM FORA dela, como a Gazeta noticiou ontem. Marte até teve condições de abrigar vida, mas isso foi há 3,5 bilhões de anos. O encontro dos terráqueos com os marcianos, como aquele descrito por Ray Bradbury em seu clássico da ficção-científica "Crônicas Marcianas" (escrito em 1950), estão fora de cogitação.

* "Eu não tento descrever o futuro. Eu tento preveni-lo."(Ray Bradbury, escritor americano de ficção-científica e fantasia, nascido em 1920).

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