A agitação que toma conta do litoral a partir de hoje nem de longe lembra o mar de tranqüilidade nas praias no último fim de semana. Tão calmo que até os pernilongos disputavam a tapa as pernocas alheias para refestelarem-se. Um dos restaurantes mais bacanas do balneário de Pontal do Sul dividia os clientes com as feras voadoras. Os poucos que entravam eram devida e avidamente recepcionados pelos esfomeados insetos, sob as mesas. Desconforto certeiro para quem tentava jantar.
Ventania na praia é sempre um bom motivo para rir. Criançada correndo atrás de boné, mulherada tentando pegar canga voando e todo mundo preocupado com o guarda-sol, que pode ir pelos ares a qualquer momento. Também vira diversão para os ambulantes: dia desses um sorveteiro fazia malabarismo circense com a bicicleta, usando o guarda-sol como vela.
O aquecimento global, quem diria, virou argumento usado pelos vendedores de automóvel para convencer o cliente a instalar ar-condicionado. Eles advertem que, devido ao fenômeno, o Paraná está mais quente e por isso quase todos os carros vendidos aqui saem da concessionária com ar condicionado. Quem fica de fora, garantem, desvaloriza o veículo.
Nos últimos tempos, quem vai viajar de avião sabe que precisará literalmente esperar sentado nos saguões dos aeroportos. Às vezes, por horas. No Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, a inevitável espera pode ser mais do que entediante, angustiante. Quem tenta se concentrar na leitura de um livro, por exemplo, é interrompido a todo o momento por gritantes avisos de mudanças de portão de embarque ou pelos redundantes "devido ao intenso tráfego aéreo, todos os vôos estão sofrendo atrasos".
Ainda assim, nem todos os avisos são dados pelo sistema de som, e por isso o passageiro ainda precisa ficar atento aos telões. De todos os incômodos, nenhum se compara a um repentino "atenção senhores passageiros, ÚLTIMA CHAMADA para o vôo". Na semana passada, o ex-ministro Ozires Silva, a caminho de Curitiba, havia decidido, após duas horas, comer um sanduíche em uma cafeteria do saguão. Mal havia experimentado o lanche quando ouviu a primeira chamada para o vôo que, nas palavras da funcionária da companhia aérea, também era a última chamada.
A lanchonete instalada no portão 1 do Aeroporto Afonso Pena não está dando conta do movimento. Na última quarta-feira, todas as mesas estavam desocupadas, não por falta de consumidores, mas porque estavam sujas. Chamada a liberar a mesa para uma cliente, a atendente não teve dúvidas, empurrou para o chão os restos de pão, deixando a sujeira em cima do carpete da sala de embarque.
A trilogia O Senhor dos Anéis, do diretor Peter Jackson, foi a inspiração para o dono de uma pastelaria na Rua Marechal Floriano, em Curitiba. O toldinho do estabelecimento ostenta um glorioso O Senhor dos Pastéis.
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* "Há dois sinais de envelhecimento. O primeiro é desprezar os jovens. O outro é quando a gente começa a adulá-los." (Mário Quintana.)
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