No último domingo o Brasil vivenciou a segunda manifestação do ano contra o governo Dilma e o PT. Que fique bem claro: ao contrário do que a mídia televisiva repetiu exaustivamente durante a cobertura jornalística, o povo não foi às ruas porque está cansado da corrupção, ou porque quer a reforma política – esses tópicos são apenas parte de uma insatisfação generalizada –, mas porque quer Dilma fora da Presidência da República.

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A avaliação geral dos comentaristas de todas as emissoras e portais de notícias foi a mesma, parecendo até que foi combinado: afirmar que o número de manifestantes diminuiu e que isso é evidência do enfraquecimento do movimento. Esta análise agrada demais ao governo petista, que já parece mais preocupado com os índices de popularidade de Dilma do que com o número de pessoas nas ruas. Mas nem mesmo a arrogância extrema de todos os políticos de alto escalão do PT poderia ignorar uma manifestação como a do dia 12, e os motivos são simples.

Não é coerente sepultar o grande movimento popular da atualidade por causa de um bom resultado, apenas porque não foi excepcional

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Pouco antes do 15 de março, Dilma fez um pronunciamento em cadeia nacional cujos efeitos foram completamente contrários aos esperados pelos marqueteiros do Planalto. A fala mentirosa e sem convicção da presidente só fez turbinar os ânimos da população contra o governo. Diante da forte rejeição nas semanas seguintes, Dilma adotou a prática do sumiço público, retirando-se para evitar dar mais munição aos insatisfeitos. Pela primeira vez desde que assumiu a Presidência, ela teve de reconhecer, ainda que tacitamente, que é uma figura extremamente antipática e de pouquíssimo apelo popular. Assim, sem a ajuda do Planalto, a manifestação de domingo teve “menos lenha” para queimar. Só que a presidente não poderá manter seu silêncio até 2018 e, mantendo-se seu histórico, basta que abra a boca para que as panelas voltem a bater.

Outro ponto importante é a relação numérica entre as manifestações a favor e contra o governo. Mesmo com menos gente na rua, o número de pessoas que clamaram pela saída de Dilma e do PT foi mais de 100 vezes maior que o número de pessoas a defendê-los, isso sem levar em consideração que estes recebem transporte, lanche e gratificação monetária para tomar as ruas num dia de semana, enquanto aqueles o fazem por conta própria, pagando sua passagem e sacrificando seu tempo de lazer, a fim de não penalizar os centros urbanos em dias de trabalho. Esta palavra, aliás, define bem a diferença entre os dois grupos: mamadores das tetas governamentais de um lado e trabalhadores de verdade do outro.

Em algum lugar das redes sociais foi dito que uma vitória por 5 a 1 na sequência de uma por 7 a 1 é algo a se comemorar, e essa parece ser uma metáfora futebolística bastante verdadeira. Não é coerente, neste momento, sepultar o grande movimento popular da atualidade por causa de um bom resultado, apenas porque não foi excepcional. Esse é o raciocínio que o Planalto deseja que tenhamos, e uma coisa é certa: tudo o que eles desejam é o oposto do que devemos fazer. Dilma e o PT são a antítese de um Brasil decente, e eles têm de cair.