Hora do adeus. Foi a Copa da tristeza. Perdemos tudo, inclusive o Bussunda. Mas, como ressalta o Beronha, essa despedida – ao contrário das excursões do tempo de estudante – nos poupa da tradicional e esfarrapada cantoria, a caminho do ônibus fretado: "Maringá/Maringá", "Cidade Maravilhosa" e "Tá Chegando a Hora".

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O Brasil saiu pelos fundos. Nós, aqui neste caderno Copa 2006, tiramos o time em alto estilo. Ou pelo menos plenamente conscientes de que fizemos todo o possível.

Onde entra o Lalau? Lalau, no caso, é o saudoso Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto, que, em suas histórias, contou uma que se encaixa bem à ocasião.

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De modo sucinto: num bar lotado de estrangeiros, chega um norte-americano parrudo e valentão. Entra, estilo John Wayne, provocando, chamando todo mundo pro braço. Levanta um holandês, também imenso, e pimba! Apanha do americano, que continua com as provocações. Chega a vez de um alemão, igualmente gigantesco. Vai pra cima e, pimba!, é posto a nocaute. O gringo faz fila.

Levanta-se um italiano, peso pesado. Pimba! Apanha e beija a lona. Os nocautes continuam, em série.

Finalmente, resta sentadinho no fundo do boteco um brasileiro, mirradinho, franzinho, subdesenvolvido, desdentado, sandálias de dedo.

O brasileirinho deixa a mesa com calma e, em slow-motion, parte pra cima do americano. Vai todo cheio de ginga, uma boa dose de malemolência.

Suspense total. Possível música dramática ao fundo. E agora, o que acontecerá?

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Pow! Capow! Apanha também.

Moral da história: brasileiro não é melhor nem pior do que os outros, é igual a todo mundo.

E foi o que, de certo modo, aconteceu o time de Parreira na Alemanha.

Só fama de bambambã não ganha jogo.

É tua, Flávio!

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Agora, direto do Luzitano, o comentário de Flávio de Jesus Stege Júnior, que abrilhantou este espaço como convidado especial:

França e Itália fazem amanhã a grande final da Copa. Duas seleções que, no começo, não eram apontadas por quase ninguém como finalistas.

Como chegaram lá? Chegaram como o Brasil poderia ter chegado também se houvesse vontade, dedicação, raça e sobretudo treinamento, qualidades que sobraram em ambas as equipes finalistas.

Mas não achem que a culpa do Brasil não jogar neste domingo é exclusiva do Parreira e comissão técnica. Há uma pessoa que há muito tempo é culpada por tudo que acontece com o futebol brasileiro.

Uma pessoa que comanda uma confederação que permite a paralisação de um campeonato no seu transcorrer e que desaparece na hora em que a seleção volta para casa eliminada.

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Esse sim é o grande culpado desta história sem final feliz.